Advogado de ex-sócio da Kiss pede afastamento de promotores de processo

A solicitação ainda não foi analisada pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada que conduz o processo

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O advogado Jader Marques, que defende Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da boate Kiss e réu no processo criminal por homicídio e tentativa de homicídio no incêndio de janeiro de 2013, pediu, nesta terça-feira, à Justiça Estadual de Santa Maria, afastamento dos dois promotores criminais que atuam no processo. A solicitação ainda não foi analisada pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada que conduz o processo.

Na petição, protocolada na 1ª Vara Criminal, onde tramita o processo, o advogado pede que os promotores Joel Dutra e Maurício Trevisan sejam afastados do caso. O defensor alega que a Polícia Civil pediu à Promotoria de Santa Maria, em 29 de janeiro de 2013, dois dias depois do incêndio, todos os documentos relativos à Kiss existentes no MP, mas que os os promotores não teriam entregue toda a documentação. Conforme Marques, um inquérito civil instaurado em 2010 que investigou fiscalização em bares e lancherias da cidade, entre os quais a Kiss, não foi remetido à polícia pelos promotores.
No pedido de Marques ao juiz Ulysses Fonseca Louzada, que conduz o processo, consta ofício da polícia que pede “cópia integral de eventuais Termos de Ajustamento de Conduta e outros procedimentos que aportaram nessa Promotoria envolvendo a boate Kiss”. Em resposta, no mesmo dia, o MP enviou ofício à polícia dizendo que estava remetendo “cópia integral dos documentos solicitados.”

Em depoimento à Justiça, no último dia 23 de abril, o delegado Sandro Meinerz, que atuou no inquérito policial à época do incêndio, disse desconhecer a existência do procedimento.

— Não sabíamos daquele inquérito. Não foi remetido, quando solicitamos todos os documentos referentes à Kiss. O porquê de não ter sido enviado cabe ao próprio Ministério Público investigar — disse o delegado nesta quarta.

O Diário tentou falar com o promotor Joel Dutra, mas ele não foi localizado na manhã desta quarta-feira.

O promotor Maurício Trevisan disse, nesta quarta, que não tem conhecimento oficial do pedido, mas que o MP deve responder dizendo que:

— Estava a referência no inquérito policial (sobre o inquérito civil); que não foi objeto da solicitação (da polícia) na época; que vários advogados já sabiam da existência deste inquérito civil e que uma cópia dele estava para ser entregue no dia da audiência (que ouviu o delegado Sandro Meinerz), porque já havia sido pedido; e que o questionamento (sobre o inquérito civil) foi feito durante o depoimento do promotor Ricardo Lozza.

Fonte: Zero Hora