Após vendaval, moradores de Glorinha tentam retomar rotina

Mais de 20 moradias foram completamente destelhadas

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Mais de 100 residências foram atingidas por um forte vento no começo da noite dessa terça-feira, no Centro de Glorinha, na região Metropolitana de Porto Alegre. E nesta quarta, foi hora de verificar os estragos e tentar retomar a rotina. 

Conforme o vice-prefeito e coordenador da Defesa Civil do município, Leopoldo Bueno Feio Neto, mais de 20 moradias foram completamente destelhadas. Dessas, uma desmoronou e duas outras, além da cobertura, tiveram pedaços da estrutura levada pelo vento. Nem mesmo a prefeitura de Glorinha foi poupada, com o prédio da Secretaria da Fazenda e galpões de máquinas atingidos.

Na moradia de Janete Vani Reinheimer Ferreira, 47 anos, além do telhado, as paredes do quarto e da cozinha foram arrancadas. Ela percebeu a varanda ranger e, desesperada, correu para debaixo da mesa da sala, com a filha Vitória, de 2 anos. “Fiquei muito assustado. Parecia filme de terror.” A menina ficou tão assustada com a cena que Janete conta que precisou dar um calmante para a criança pegar no sono à noite. Sem casa, a família dormiu em um ônibus emprestado por um amigo e, 24 horas após o incidente, tentava reerguer a casa, “Nascemos de novo.”

A moradia de Emerson Teixeira de Abreu, 27 anos, foi uma das mais danificadas. Três paredes da residência de alvenaria ruiram, atingindo o filho do homem, de 7 anos, e sua esposa, Michele dos Santos Santiago, 25. Ela percebeu o forte vento, que empurrava a parede da frente da residência e passou a segurar a porta da residência, ao lado do menino. Uma menina de 1 mês, filha do casal, e uma outra criança, de 10 anos, amiga da família correram para dentro de um banheiro, onde ficaram ileso. A mulher e o menino tiveram lesões leses pelo corpo.

Da casa, só restou a parede que divide a sala da cozinha, além da peça do banheiro. Sem outro lugar para morar, a família foi para a casa de amigos, em Gravataí.

Quem também por momentos de pânico foi Vinicius Espindola de Melo, 17 anos. Ele percebeu os estralos do telhado, minutos antes de ser arrancado, e conseguiu sair da residência a tempo. “Tentei abrir a porta principal, mas estava emperrada. Daí pulei da janela do meu quarto.” Ele estava sozinho na residência da mãe, que, na tarde de ontem, ainda permanecia coberta por uma lona a espera de alguma solução da prefeitura.

 

Fonte: Correio do Povo