Cheio de erros, SuperStar chega ao fim

A Malta fez valer o favoritismo que a acompanhou desde o primeiro episódio do SuperStar e venceu a primeira edição do reality musical na noite do último domingo (6). O resultado, já esperado por todos, fez Dinho Ouro Preto vibrar na bancada de jurados que fez figuração de luxo na final do projeto. “Desde o começo achava que eles iam ganhar”, revelou. Como boa parte da atração, o último episódio foi marcado por erros da produção: da falha na geração de caracteres com a porcentagem das apresentações até  Fernanda Lima perdida com as ordens de Boninho no ponto eletrônico. Uma frase de André Marques dita no encerramento definiu bem a trajetória da atração: “Foi uma correria louca fazer esse programa”.

O programa estreou com a missão de recuperar a audiência da Globo nas noites de domingo. Há oito anos, a emissora sofre com a fuga do público na faixa. Nesse quesito, o reality fracassou. Se o projeto fisgou parte do público jovem que havia migrado para o “Pânico”, a atração pareceu moderna demais para os telespectadores mais conservadores.
Resultado: o programa encarou um verdadeiro duelo com Silvio Santos, perdendo a liderança por quase um mês. O susto foi fundamental para a equipe de Boninho perceber que tinha que mexer no formato israelense para que ele caísse no gosto popular.
Se o “The Voice” já desembarcou no Brasil com um formato consagrado no mundo inteiro, o “SuperStar” foi se moldando a cada semana sob os olhos do público.
Para desespero da direção, o aplicativo que recebia os votos do público de casa em tempo real – grande novidade do projeto – não funcionou direito. Após corrigir o problema, o reality sofreu com a baixa qualidade da maioria das bandas selecionadas para disputar o voto popular. Outra questão superada com o desenrolar da competição.
Algumas regras também foram modificadas no meio do caminho sem aviso prévio e serviram para ajustar o projeto. Alguém saberia dizer o que sobrou da função dos jurados em “apadrinhar” determinado número de bandas?
O público também levou um tempo para se acostumar com a forma de Ivete Sangalo, Dinho Ouro Preto e Fábio Jr. de julgar as bandas. A baiana, por exemplo, recusou apenas um candidato durante toda a fase de audições e assumiu que não conseguia eliminar um grupo mesmo não achando boa determinada apresentação.
O tempo tratou de resolver os problemas do trio. Ivete apostou em seu carisma e seu talento como comunicadora para divertir – e quebrar o gelo – enquanto fazia seu julgamento técnico. Já o vocalista do Capital Inicial aprendeu a ser mais sucinto em suas avaliações.
Apenas o pai de Fiuk não encontrou o tom do projeto. Aéreo e com um vocabulário escasso, passou a decorar a trajetória dos participantes e pedir para todo mundo que passava pelo palco para cantar músicas autorais. O “conto do autoral”, aliás, prejudicou a Move Over. Os integrantes se renderam aos insistentes pedidos do astro romântico e acabaram perderam força na disputa.
Bastante indisciplinados, falando fora de hora e fugindo da responsabilidade de decidir o rumo dos candidatos, o júri deu trabalho para Fernanda Lima. A apresentadora passou no teste de comandar uma atração ao vivo, recheada de improvisos e mudanças de última hora.
Talentosa, conduziu com maestria o comando artístico do projeto entre tantas estrelas presentes no palco. Sua segurança fez com que não fosse ofuscada pelo brilho de Ivete.
André Marques começou como figurante de luxo batendo papos sonolentos com familiares das bandas selecionadas, mas encontrou seu espaço ao conversar com estrelas da casa escaladas para assistir a atração no estúdio.
A grande revelação mesmo ficou por conta de Fernanda Paes Leme. Super à vontade na função de repórter, foi responsável pelos melhores momentos do reality mesmo ficando apenas nos bastidores.
Apesar dos problemas de audiência, “SuperStar” ganhou uma nova chance da Globo e voltará ao ar, em 2015. O anúncio foi feito por Fernanda Lima antes de encerrar a final. As inscrições para a segunda temporada estão abertas. Tudo indica que o reality será alocado em um novo dia e horário. E, dessa vez, o programa vai ter que fazer o telão subir no quesito Ibope para não ser eliminado da grade.
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