Cortadores de mato sem água e moradia são resgatados

Ministério Público do Trabalho liberou lenhadores de “condição análoga à escravidão”

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Uma força-tarefa resgatou seis lenhadores que se encontravam em “condição análoga à de escravo” em Encruzilhada do Sul (RS).

Eles trabalham no corte manual de acácia, numa fazenda localizada no distrito de Serrinha do Pinheiro. A propriedade em que atuam pertence a Gilson Gomes Lisboa, que foi autuado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por manter trabalhadores em condição semi-escrava.

Os lenhadores estavam acampados em tenda de lona, com laterais descobertas. Não tinham cobertores para suportar o frio, que é grande na região. Tampouco tinham utensílios de higiene. Não dispunham de banheiro, nem de água limpa. Tomavam banho e bebiam num córrego situado no interior da fazenda.

O local fica a 10 km da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bibiano Batista, na vila Pinheiros, entre Encruzilhada do Sul e Cachoeira do Sul. A operação teve origem em denúncia formulada por um trabalhador que conseguiu sair do local. A força-tarefa que resgatou os lenhadores é integrada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Federal (PF). A coordenação é do procurador do Trabalho Bernardo Mata Schuch, do MPT em Santa Cruz do Sul. Compõe o grupo, além do procurador, três auditores fiscais e três policiais federais.

A força-tarefa descobriu que a situação se verificava desde maio e que, após a realização do trabalho para o qual foram contratados, os trabalhadores iriam embora do local, sem direitos trabalhistas respeitados. O procurador Bernardo considera que os fatos comprovados “afrontam direitos sociais constitucionalmente assegurados aos trabalhadores”. O trabalho da força-tarefa continuará até o final da tarde dessa quarta-feira.

Fonte:Zero Hora