Operário que morreu soterrado estaria sem equipamento adequado

Corpo de Bombeiros já pediu interdição da obra

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O pedreiro que morreu na tarde desta quarta-feira em uma demolição, no centro de Caçapava do Sul, não estaria usando o equipamento de segurança adequado. Segundo os bombeiros, que foram acionados para socorrer Darli Machado Lopes, 30 anos, por volta das 14h30min, ele não utilizava o Equipamento de Proteção Individual (EPI) na hora do acidente.

O comandante dos bombeiros, tenente Nairo Mendes, que participou do socorro, explica que Lopes estaria cortando uma parede no segundo andar do prédio. O corte teria, em média, dois metros de largura e dois metros de altura. O concreto caiu em cima do homem, que foi soterrado.

Os outros operários, junto com os bombeiros, ajudaram a retirar o material de cima da vítima. Segundo o tenente, o trabalhador apresentava sinais vitais durante os primeiros 20 minutos de resgate, mas o homem foi encontrado já sem vida. Bombeiros e Samu tentaram reanimá-lo, sem sucesso.

– Ele usava, no máximo, o calçado para proteção. Não usava capacete e nem luvas. A parede que caiu foi em um canto do prédio. O material era pesado, e se caísse mais no centro da obra, teria comprometido o chão do segundo piso e mais um ou dois funcionários poderiam ter sido vítimas também – explica Mendes.

Conforme o comandante, os bombeiros encaminharam pedido para que a prefeitura interdite a obra. A fachada já foi interditada pela equipe, que após o atendimento, fez uma vistoria no local.

– Acreditamos que cerca de 80% do material está solto. O interior do prédio está comprometido – pondera o tenente Mendes.

A demolição faria parte da reforma da loja Ceny, que funcionava no prédio. O dono da loja, Lourenço Ragagnin, disse que ficou sabendo do fato pela imprensa e que não estava na cidade, mas que uma empresa terceirizada seria responsável pela obra. Em contato por telefone com o “Diário”, a filha de Ragagnin, Luísa, afirmou que a família não é dona do prédio.

Fonte: DIÁRIO DE SANTA MARIA