Gisele Dorneles, 28 anos, foi morta na sexta-feira (3); marido é suspeito.
Mulher deixou dois filhos, de 4 e 5 anos, que estão em albergue espanhol.
O pai da gaúcha Gisele Dorneles, 28 anos, assassinada em Barcelona, viaja nesta quarta-feira (8) para a Espanha para tentar buscar o corpo da filha. Sem ter condições financeiras, ele fez um empréstimo de mais de R$ 4 mil para pagar as passagens e deve contar com a ajuda do governo federal para trazer os dois netos de volta ao Brasil.
Gisele era natural de Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e foi encontrada morta no seu apartamento em Barcelona na sexta-feira (3). Segundo a polícia espanhola, a mulher foi assassinada a facadas pelo companheiro, também brasileiro, que foi preso no local do crime. O casal gerou dois filhos, uma menino de cinco e uma menina de quatro anos de idade.
Pai da vítima, Eduardo Tadeu Fiscuk mora em Taquari, no Vale do Taquari, a 96 quilômetros de Porto Alegre. Ele embarca nesta quarta (8) para a cidade catalã. O homem quer trazer o corpo da filha para ser sepultado no Brasil, além de ver os netos, que estão em um abrigo espanhol desde a morte da mãe.
“É muito doloroso, é muito doloroso passar por isso aí, parece que a gente está vivendo um filme, uma coisa que não é. É surreal”, desabafa Eduardo. “Quero dar a elas [crianças] um lugar adequado aqui no Brasil, junto de nós, e que dê paz a alma da minha filha nesse momento”, afirma ele, que conhece as crianças apenas por fotografias.
A família, porém, não tem condições de arcar com as despesas da viagem, que inclui o traslado do corpo. O Ministério das Relações Exteriores informou que o consulado brasileiro na Espanha vai auxiliar a família a trazer os dois filhos ao país. O pagamento das despesas da viagem já está garantido, segundo o governo gaúcho, que tenta agilizar o processo.
“A passagem das crianças deverá ser dada pelo governo federal, como já tivemos uma série de casos no Brasil inteiro, aqui no Rio Grande do Sul também”, confirmou Fábio Floriano, do gabinete de Relações Internacionais do Palácio Piratini.
De acordo com a mãe da vítima, a filha era frequentemente ameaçada pelo companheiro. “Ele agredia ela onde tivesse que for. Em público, em shopping, em restaurante. Uma vez eles estavam jantando, ele cravou um garfo na mão dela só porque ela disse alguma coisa que ele não gostou”, lembra Maria Cristina Dorneles Ramos.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o Consulado do Brasil na cidade espanhola acompanha o caso e apoia os trâmites burocráticos junto às autoridades espanholas.
“Os dois filhos do casal estão sob a guarda das autoridades espanholas competentes. Para que sejam repatriados para o Brasil, haveria primeiro de ser concluído processo legal de retirada da guarda do pai. Como a polícia espanhola ainda está concluindo as investigações, novas informações deverão surgir nos próximos dias”, diz a nota do Itamaraty.
Fonte: G1
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