Pessoas com fobia social produzem alta quantidade de serotonina

Estudo afirma que o neurotransmissor pode deixar essas pessoas ainda mais ansiosas

Um estudo recente realizado pela Universidade de Uppsala, na Suécia, afirma que pessoas com fobia social apresentam níveis muito altos de serotonina — eurotransmissor que atua no cérebro, controlando o humor, emoções e comportamentos. Os resultados, publicados no periódico JAMA Psychiatry, destacam que quanto mais serotonina é produzida, mais ansiosas as pessoas ficam diante dos outros.

Esse tipo de problema começa com uma simples timidez que deixa a pessoa ansiosa diante de um público ou ao socializar com os outros. Se essa ansiedade prejudica o indivíduo, pode significar que a pessoa sofra de fobia social, um transtorno psiquiátrico.

De acordo com os pesquisadores, esses resultados se opõem a estudos anteriores, que defendiam o baixo nível de serotonina em pessoas com fobia social. Na análise recente, por meio de um marcador especial que mede a transmissão de sinal de serotonina no cérebro, pesquisadores descobriram que pacientes com fobia social produzem alta quantidade do neurotransmissor em uma parte do cérebro relacionada ao medo.

Uma célula nervosa, que envia sinais usando a serotonina, primeiro lança o composto para as células nervosas. O sinal nervoso surge quando a serotonina se liga ao receptor celular. Em seguida, ela é libertada do receptor e bombeada de volta para a célula original.

— Não só indivíduos com fobia social produzem mais serotonina do que as pessoas sem o problema, que também bombeiam de volta mais serotonina. Fomos capazes de mostrar isso em outro grupo de pacientes usando um marcador diferente que mede o próprio mecanismo da bomba. Acreditamos que esta é uma tentativa de compensar o excesso de serotonina ativa na transmissão de sinais — afirma Andreas Frick, do Departamento de Psicologia da Universidade de Uppsala.

O especialista afirma que a serotonina pode aumentar ainda mais a ansiedade e não diminuí-la, diferente do que foi sugerido em pesquisas anteriores.

Fonte: Diário de Santa Maria