Produtores ficam ilhados em Santana do Livramento

Além da queda de cercas e mangueiras, falta de energia elétrica preocupa

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A chuvarada seguida de vendaval no final de semana provocou estragos na zona rural, principalmente na Fronteira-Oeste. Entre os danos estão queda de árvores, de cercas e mangueiras, destruição de galpões e falta de energia elétrica, além de estradas vicinais submersas em Santana do Livramento. “A chuva de 120 milímetros me deixou ilhado, não consigo sair para lado nenhum”, lamentou o pecuarista Adroaldo Pötter, da Agropecuária Caty. “Também tive sérios problemas com o vento, que derrubou tudo: cercas, mangueiras, eucaliptos e cinamomos. Se não fossem as árvores, que plantei justamente para proteger a casa, poderia não estar aqui para te relatar isso agora”, desabafou. Sem energia elétrica há mais de um dia, ontem no final da tarde, ele acreditava que até a metade desta segunda-feira as lavouras de arroz da região conseguiriam aguentar. “Mais que isso a coisa começa a complicar”, disse Potter, membro do Sindicato Rural de Livramento. 

Em Alegrete, onde a proporção da chuva foi menor do que em Livramento, as consequências nas propriedades, por enquanto, se resumem à falta de energia. Contudo, o coordenador regional do Irga, Ivo Mello, alertou que a conjuntura poderá se inverter caso a luz não seja restabelecida, no máximo, até o fim da tarde de hoje. “Esses 50 milímetros a lavoura absorve bem. Se a luz voltar até amanhã, o prejuízo é mínimo. Do contrário, as consequências poderão ser drásticas.” Segundo Mello, 60% dos 320 mil hectares de arroz da Fronteira-Oeste estão em fase reprodutiva, época em que a irrigação é fundamental para o desenvolvimento da planta. 

Aparentemente, a situação menos preocupante é a de Dom Pedrito. Lá, conforme o engenheiro agrônomo Gérson Ferreira, a falta de luz durou apenas 4h. “No interior dos municípios não tivemos condições ainda de fazer avaliações por conta da condição das estradas. Estão simplesmente intransponíveis,” disse. “Mas a gente estima que se por ventura houver algum impacto, que este não seja representativo. O pior é quando chove pedra e isso não aconteceu.”
 
Fonte: Correio do Povo