Santas Casas apelam para reunião com Sartori antes de paralisação

Sem o pagamento de recursos devidos pelo governo estadual, hospitais filantrópicos podem restringir atendimentos

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Em reunião com entidades médicas do Rio Grande do Sul, a Federação das Santas Casas do Estado optou pela não restrição de serviços à população até uma “conversa definitiva” com o governador José Ivo Sartori, conforme relatou o presidente da entidade, Julio Matos. Um pedido de audiência foi protocolado na manhã desta sexta-feira, mas o governo ainda não deu retorno aos profissionais de saúde.

– É um pedido em caráter emergencial, uma última oportunidade de fala com o governador. Queremos expor, de maneira definitiva e ampla, o que significa o corte de 30% na área da saúde e os reflexos sociais disso. Não se afasta a paralisação – afirma Matos.

Além da Federação das Santas Casas, assinaram o pedido a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), Conselho Regional de Medicina (Cremers), Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Conselho dos Secretários Municipais de Saúde e Federação dos Trabalhadores de Serviços em Saúde.

Sem o pagamento de recursos devidos pelo governo estadual, as Santas Casas e outros hospitais filantrópicos gaúchos anunciaram, no final de janeiro, que teriam de restringir serviços à população.

Os primeiros atingidos pelo aperto financeiro do governador Sartori, caso os repasses não sejam normalizados, serão os programas de saúde. Entre eles, o Samu/Salvar (atendimento móvel criado para urgências e emergências com plantão permanente nos hospitais), o Gestante de Alto Risco e as assistências psiquiátrica e traumatológica, entre outros.

No efeito cascata, podem sofrer cortes, também, as internações em emergências — inclusive, com o fechamento de leitos. Pelos cálculos da equipe atual da Secretaria da Fazenda, o governo de Tarso Genro (PT) teria deixado dívidas de R$ 580 milhões só na área da saúde.

Fonte: Zero Hora