Sartori anuncia hoje parte do secretariado

Peemedebista deve confirmar nomes para quatro pastas do primeiro escalão

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O governador eleito José Ivo Sartori (PMDB) pretende anunciar nesta segunda-feira mais uma leva de nomes que integrarão o secretariado. Até a noite desse domingo estavam fechados pelo menos mais quatro integrantes do primeiro escalão. Entre eles, os dois deputados do PP (Pedro Westphalen e provavelmente Ernani Polo) para o comando das Pastas de Transportes e da Agricultura e o do deputado Lucas Redecker (PSDB) para a titularidade de Minas e Energia.

Sartori finalizou as articulações com o PP (para a Agricultura e os Transportes) e o PSDB no final de semana, por telefone. Também há expectativa para a confirmação de um dos nomes do PDT, o do deputado federal Vieira da Cunha, que aceitou o convite para a pasta da Educação, apesar de ele só chegar ao Brasil na noite desta segunda.

Vieira retorna a Porto Alegre só na quinta-feira. Mas ontem, de Genebra, informou que poderá ser oficializado sem estar presente, uma vez que já aceitou o convite e o ingresso do PDT no governo foi ratificado pelo partido. “Na sexta-feira vou procurar José Clóvis Azevedo (atual secretário estadual da Educação) para tratarmos da transição da Pasta. Já fiz um contato prévio por telefone”, adiantou o deputado. Além da Educação, o PDT terá também a Secretaria de Obras (a qual serão unidas Habitação e Saneamento). Já o comando de outros espaços, como Saúde, Administração e Segurança, ainda continuavam em discussão na noite de ontem.

A estimativa inicial da equipe Sartori é de que o peemedebista confirme os novos integrantes do secretariado no final da manhã. Não está descartada a possibilidade de que, a partir de detalhes acertados ainda na parte da manhã, sejam anunciados também mais nomes do PMDB ou de aliados como o PSD e o SDD.

Já as confirmações do PSB e do PPS seguem em aberto. Descontente com os espaços que lhe foram propostos (Trabalho e Desenvolvimento Rural), o PSB reúne a executiva estadual hoje às 12h30min para elaborar uma contraproposta. No PPS há certa apreensão. “Estamos na expectativa e com um pouco de preocupação”, resumiu ontem o presidente estadual, deputado Paulo Odone.

Cresce clima de tensão entre aliados

É tenso o clima entre alguns dos aliados de José Ivo Sartori (PMDB). Parte deles reclama de pouco ou nenhum acesso às negociações e de falta de informações a respeito das articulações. Também há queixas sobre a “demora” nas definições. Devido a elas, o novo organograma de governo precisará ser votado em convocação extraordinária da Assembleia Legislativa, em 23 de dezembro. Na Assembleia se multiplicam especulações sobre um provável “pacote de maldades” e outra convocação extraordinária em janeiro.

Entre aliados, o acirramento não é apenas pelo comando das secretarias, mas também pelos espaços dentro da administração. A concessão de Educação e Obras (com Saneamento e Habitação) para o PDT em troca do apoio da bancada de oito deputados no Legislativo causou desconforto no PSB, em parte do PMDB e em outras pequenas siglas. Com coordenadorias regionais, Educação e Obras concentram elevado número de cargos em comissão (CCs). São 368 na Educação, 98 em Obras e 38 na Habitação e Saneamento. A Saúde e a Segurança também são considerados “filés”, com 183 e 141 CCs, respectivamente. A campeã é a estrutura do gabinete do governador, com 628 CCs.

Ambientalistas divulgam nota

A possibilidade dada como certa nos bastidores de que a ex-presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental durante o governo Yeda Crusius, Ana Pellini, venha a ocupar a Secretaria Estadual de Meio Ambiente levou a Associação Gaúcha do Meio Ambiente e outras entidades a divulgarem nota manifestando a sua preocupação com o tema. De acordo com o documento, as entidades alertam para retrocesso no setor e dizem que o movimento ambientalista teme por mais um período traumático na secretaria.

Segundo as entidades, há hoje ações tramitando na Justiça envolvendo ações supostamente tomadas por Pellini sobre a emissão de licenças em desconformidades com a legislação ambiental. As entidades dizem considerar “inconcebível” que a pasta seja comandada “por pessoas que nunca tiveram vínculo anterior com a área ambiental”.
 
Fonte: Correio do Povo