Comitê Gestor Local diz que instalações estarão prontas até 1º de junho.
Prefeitura tem em mãos R$ 8 milhões dos R$ 25 milhões previstos em lei.
A um mês do primeiro jogo da Copa do Mundo em Porto Alegre, as estruturas temporárias que abrigarão áreas de imprensa, de voluntários, instalações de TI e segurança no Estádio Beira-Rio estão com a montagem atrasada. Pelo calendário da Fifa, a entrega deveria ser até 22 de maio, mas a conclusão deverá ocorrer entre 30 de maio e 1° de junho, a tempo tempo de receber França x Honduras no dia 15 de junho. Dos R$ 25 milhões que a prefeitura esperava captar com a aprovação de uma lei, somente R$ 8 milhões estão em mãos. A expectativa é garantir R$ 18 milhões até sexta-feira (16).
Um dos principais impasses para a organização do Mundial na capital, as estruturas só foram viabilizadas após a aprovação pela Assembleia Legislativa de uma lei que permite aos organizadores buscar parceiros privados para captar até R$ 25 milhões. Os outros R$ 5 milhões necessários para fechar a conta vêm de equipamentos e estruturas já existentes ou que serão adquiridos pela prefeitura e pelo governo estadual, com a condição de que fiquem como legado.
“Até agora, temos R$ 8 milhões em mãos. Até sexta-feira, queremos captar mais R$ 10 milhões. Nem que seja para assinar efetivamente na segunda, mas já deixar encaminhado com as empresas”, explica aoG1 o coordenador do Comitê Gestor da Copa em Porto Alegre, Maurício Santos.
Oito empresas já firmaram o acordo, que prevê, como contrapartida, isenção no ICMS e utilização de espaços publicitários em áreas do Inter e da prefeitura. Para o comitê. o processo de instalação terá novo ritmo na sexta (16), quando a pavimentação no entorno do local deve ganhar os ajustes finais. A partir de então, poderão ser instaladas tendas e outros suportes.
A parte mais avançada até agora é a estrutura para transmissão de televisão, que será feita pela Host Broadcast Services (HBS). Os itens, de responsabilidade da Fifa, estão 90% prontos. Na parte que cabe à prefeitura, faltam construções como os pórticos das entradas Norte e Sul, além de serviços, como estrutura para voluntariado e credenciamento.
O coordenador do Comitê Gestor garante que há tempo hábil. Existem espaços físicos prontos, como o Gigantinho, onde serão abrigados os voluntários, e o Centro de Eventos do Beira-Rio, que precisam apenas receber ajustes para o evento.
“Falta montarmos toda a estrutura na Ala Norte, onde ficava o Mek Aurio [lancheria que foi retirada do local], que agora terá o pórtico de entrada e os acessos de segurança. Na Ala Sul é a mesma situação. A instalação das tendas não começou porque dependemos da pavimentação, mas essa parte é rápida. Temos outras estruturas físicas que já estão prontas, o que não nos deixa ‘sair do zero’”, ponderou.
As estruturas temporárias vão abrigar as áreas de imprensa, voluntários, convidados, tecnologia da informação e segurança, entre outras, necessárias para a organização da Copa. Fazem parte das despesas, por exemplo, gastos com assentos, tendas, plataformas, passarelas, cercas, iluminação, cabos, mobiliário e divisórias. A maior parte dos itens será desmontada depois do Mundial.
Relembre o impasse
O tema passou a ser motivo de polêmica no início deste ano, quando começaram as dúvidas sobre quem arcaria com os custos da aparelhagem, calculados em R$ 30 milhões. No fim de março, o prefeito José Fortunati chegou a afirmar que Porto Alegre corria o risco de perder a Copa caso o projeto de lei sobre o tema não fosse aprovado pela Assembleia Legislativa. O governador Tarso Genro também já havia dado declaração semelhante.

(Foto: Rafaella Fraga/G1)
O Inter, que por contrato seria o responsável pelas despesas, anunciou no dia 14 de fevereiro que não iria bancar. A Fifa, através de seu secretário-geral, Jérôme Valcke, também se negou a abrir os cofres. Resultado: a conta acabou caindo no colo do poder público. Um acordo de última hora entre prefeitura e governo do Estado foi feito para tentar garantir a realização da Copa em Porto Alegre.
Além dos recursos que poderão ser captados com a iniciativa privada após a aprovação do projeto de lei, os executivos estadual e municipal vão arcar com os outros R$ 5 milhões, para a compra ou uso de equipamentos já existentes. O Ministério Público, porém, já avisou que essas despesas deveriam ser do Inter e do Comitê Organizador Local (COL) e que irá cobrar das autoridades a devolução dos valores caso ocorra uso de dinheiro público.
O projeto de lei foi aprovado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul no dia 25 de março, após quase três horas de discursos. A proposta recebeu 31 votos favoráveis e 19 contrários. Ficou acertado que, a partir da data, os organizadores já poderiam correr atrás de parceiros privados para captar até R$ 25 milhões. As empresas que aderirem ao programa receberão desconto no ICMS no valor total investido. Os outros R$ 5 milhões necessários para fechar a conta vêm de equipamentos e estruturas já existentes ou que serão adquiridos pela prefeitura e pelo governo estadual, com a condição de que fiquem como legado.
