A maca mais rápida do Brasil é no Efipan

Todo início de temporada o Encontro de Futebol Infantil Panamericano em Alegrete registra a maca mais rápida do Brasil. A dupla de maqueiros da competição adentra o campo numa velocidade que impressiona até os torcedores no estádio. Eles chegam antes que o massagista e o médico.

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Durante os 16 dias de competição eles estão no Farroupilha cumprem 6 horas de trabalho entrando e saindo do campo. Antônio Lucidio Souza Carvalho tem 40 anos e Milton do Santos com 43 anos formam uma dupla afinada. Durante a rodada discutem, divergem sobre vários assuntos, mas sempre de prontidão, se o menino cai lá estão eles na beira do campo com a velha maca estilo “padiola”.

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Os dois são alegretenses. Antônio está no Efipan faz 17 anos, desde 1998 é o maqueiro oficial do evento. Sua profissão longe do campo é servente de pedreiro. Diz que gosta de participar da competição, recebeu o convite do Toninho e desde então, o início de janeiro é sagrado. “Tenho muitos amigos aqui, a gurizada é gente boa, se caiu a gente levanta ligeiro”, explica Antônio, que é gremista contido a cada vitória do seu tricolor.

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Já Milton, é conhecido por “Tabaco”, prefere não revelar o porquê de seu apelido. De riso fácil, também é gremista. Trabalha há 10 anos, desde 2005. “Tô aqui porque gosto”, explica. Aos 43 anos, o jardineiro e trabalhador de serviços gerais, reserva 16 dias para se dedicar ao Efipan. Diz se sentir em casa, é requisitado para fotos com os jogadores e logo vira amigo deles. Incentiva todos, mas é com os do Flamengo que ele grita fora de campo. É repreendido pelo colega que é proibido torcer, se afasta e logo tá incentivando a gurizada.

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Antônio se prepara como um atleta para suportar a carga de jogos, “Ano passado me lesionei. Não fosse a ajuda do professor do Grêmio, não tinha terminado o Efipan. Esse ano fui bem”, comenta o maqueiro que uma contratura muscular quase o afastou dos jogos. Tabaco este ano caiu no gramado, um toque na maca e foi ao chão para delírio dos torcedores> “Acontece, o importante que chegamos lá rápido para auxiliar o pessoal das equipes” explica Milton.

Indagados sobre a popular “cera”, entregam que a gurizada sabe matar um tempo. “O professor pede mais calma”, revelam eles a cada retirada de um atleta do time que tá ganhando.

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Antônio e Tabaco revelam que foi uma competição muito parelha, todos os times tinham condições. Não escondem a frustração de perder o título com o Grêmio, mas revelam que o Coritiba se mostrou tecnicamente o melhor time, “eles cresceram na fase final”, acrescenta Tabaco.

Assim, entre muita conversa e risos, a dupla se despede de mais um Efipan, com alguns mimos ganhos das delegações. Saem do estádio com o dever cumprido. “Ano que vem tem mais professor”, se despede Antônio da delegação gremista.

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