
Compreender os propósitos de Deus muitas vezes pode ser uma tarefa bem difícil, principalmente quando a tristeza bate à porta porque se perdeu um ente querido. Lágrimas passam pelos olhos constantemente e o vazio da saudade aumenta o sofrimento severamente. Dá vontade de rebobinar e voltar o tempo, muitos descrevem essa mensagem.
O cortejo do empresário Sérgio Bevilaqua foi um dos maiores este ano. A despedida teve cortejo que passou por todas as revendas e concluiu uma homenagem na Avenida República Riograndense com a família, funcionários e alguns amigos. Um corredor que o carro fúnebre passou sob os aplausos daqueles que o amam e ele representa muito mais do que esposo, pai, patrão, companheiro. Sérgio foi exemplo, inspiração e o esteio de todos até aqui. Sua missão, que ele tanto amava desempenhar era levar o acolhimento, solidariedade e empatia. Sergio agregava, contagiava e era a alegria em pessoa.
Alegrete chega a 250 vítima fatais da Covid-19. São dores, sofrimentos e consternações por cada perda. A cada ente querido que, na maioria das vezes, é sepultado sem nem ao menos a opção da despedida, uma família é dilacerada.
O mais recente óbito pelo novo coronavírus que enlutou a cidade, foi do empresário Sérgio Bevilaqua. Depois das últimas homenagens na capela da Angelus na rua Daltro Filho e do cortejo, o translado ocorre até Capão do Leão, onde terá a cerimônia de cremação.
Sérgio Romário Olart Bevilaqua, estava com 45 anos e era proprietário da empresa no ramo automobilístico, BVi Car há nove anos.
Durante o período de velório centenas de pessoas passaram pela capela e na saída do cortejo, muitos amigos, familiares, clientes e conhecidos acompanharam o carro funerário que passou por várias ruas e em frente a todas às revendas.
Sérgio deixou um rastro de benevolência, caridade e empatia. Atrás do sorriso fácil , também havia um homem muito emotivo que se comovia com tudo e todos. O coração bondoso, o fez ser o paizão de todos os funcionários. Mais de 20 famílias têm o sustento através das atividades exercidas na empresa de Sérgio.
Muitas vezes, ele foi o responsável por encorajar e movimentar os empresários de Alegrete no sentido de auxiliar o próximo. Exemplos foram as doações feitas quando soube que havia necessidade de oxigênio, a campanha que resultou no conserto da ambulância do Samu e muitas outras.
Com o seu jeito simples, tratava a todos por igual e tinha muito respeito e carinho pelos funcionários, declarações que eles fizeram em suas redes sociais que comprovam essa gratidão por tudo que ele representa na vida de cada um.
Um homem que começou a trabalhar muito cedo, aos 15 anos, e sempre buscou o crescimento, porém, pensando muito mais em auxiliar famílias em vulnerabilidade, funcionários e a própria família.
No dia em que completou 45 anos em abril citou: Pois então !!!
20/04/1976, nasce um alegretense, simples e batalhador, amigo dos amigos e sem muita paciência para mimimimi.
Ano em que não tenho muito para comemorar, apenas celebrar a vida e agradecer o carinho dos Amigos, clientes e familiares.
Dizer que fazer 45 anos e comemorar 30 anos de balcão não é todos os dias, foram vários lugares e muitos km rodados, ponta de caixa na Caal, Atendente de lanchonete e garçom no Restaurante Texacão, Recepcionista no Hotel Texacão, Exército brasileiro, Inhanduí Veículos, Vaucher transportes, BV Financeira e enfim a Bvi Car Multimarcas a qual dedico as inúmeras horas do meu dia a dia”- descreveu.
Ele também fez um agradecimento à mãe Jocenir(in memorian), e a todos que o felicitaram.
As redes sociais nestes dias 9 e 10 foram tomadas por mensagens que o descrevem de forma única para cada um, contudo cada ação do bem é conhecida por muitos.
Foram empresário, colegas, amigos, familiares, entre outros. Todos através de suas mensagens ressaltaram a dor da perda.
Muitas vezes, se vê o desejo de voltar no tempo, de ter um pouco mais de abraços, carinhos e diálogo.
O menino que desbravou tudo o que conquistou com muito trabalho, deixou esposa e duas filhas, uma delas bebê.
O empresário estava hospitalizado, desde o dia 29, e não resistiu às complicações da Covid.