Agente comunitário de saúde mostra o descaso da população com o Rio Ibirapuitã

Na semana passada, de forma voluntária, mais uma vez, o agente comunitário de saúde, Ênio Santos e a esposa realizaram um mutirão na Vila Nova. O casal esteve na redação do PAT e falou da preocupação com o que viu no final da rua Sofia de Brum, próximo ao Rio Ibirapuitã. Com o auxílio da prefeitura, que cedeu a caçamba, foram retiradas quatro cargas de entulhos e lixos.

Ênio disse que ficou perplexo ao ver como a população não tem a mínima noção do impacto que todo o descarte irregular está causando no meio ambiente e no Rio. Ele comentou que o assoreamento, e a quantidade de lixo que ainda tem é algo assustador. “Grande parte do lixo que limpamos é colocado por carroceiros e por um homem que faz frete em uma caminhonete e já foi denunciado, mas acredito que não tenha nenhuma consequência por esse ato irresponsável, pois ele continua realizando o descarte de forma inadequada perto do Rio.”- comentou.

“O lixo retirado por nós é o mais variado, chegou um ponto que eu fiquei até com receio do que poderia encontrar, as pessoas simplesmente chegam e jogam à beira do Ibirapuitã como se fosse a solução. Dentro do Rio naquela margem tem fogão, geladeira, entulhos de obras de construção, animais mortos, esgoto, sofás, colchões e muito mais. A preocupação também é com as pessoas que pescam para consumo. Enquanto estávamos limpando, no mínimo dois ou três moradores da região estiveram por ali para pescar, segundo eles, seria parte da janta. E a saúde? – questiona.

O agente comunitário comentou que será necessário que haja uma medida mais drástica como um projeto para salvar o Rio, já que não há conscientização, caso contrário, as futuras gerações vão sofrer com a falta de uma das prioridades para a vida que é a água potável. Além de muitos outros danos, talvez irreversíveis.

Flaviane Antolini Favero