Agentes penitenciários são presos por suspeita de facilitar entrada de celulares em presídio de São Sepé

Outras duas pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no esquema. Telefones entravam em presídio escondidos em potes de doces.

Dois agentes penitenciários foram presos preventivamente, nesta quinta-feira (19), suspeitos de facilitar a entrada de celulares no Presídio Estadual de São Sepé, na Região Central do Rio Grande do Sul. Os servidores, de 49 e 46 anos, não tiveram os nomes revelados.

A Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) afirma que apoia as investigações. “Serão tomadas todas as providências cabíveis para apuração de eventuais condutas ilícitas dos servidores”, diz o órgão.

A irmã de um deles, de 43 anos, e um homem de 38 anos que cumpre pena com tornozeleira eletrônica também tiveram a prisão preventiva decretada. Os mandados, assinados pelo juiz Frederico Ribeiro de Freitas Mendes, foram cumpridos pela Polícia Civil durante o dia.

Segundo a polícia, os celulares eram entregues pelos familiares de um apenado aos agentes penitenciários no interior de potes com doce de figo e abóbora.

A operação foi batizada pela Polícia Civil de “Judas”, em referência ao apóstolo que traiu Jesus.

“Trata-se, ademais, de crimes graves, não só por ser cometido por agentes que deveriam primar pela segurança e devida ordem legal do estabelecimento prisional”, disse o juiz na sentença.

A Justiça também determinou a suspensão do exercício de função pública, a entrega de armas de fogo pertencentes ao estado e particulares e a suspensão do porte de arma. Eles também estão proibidos de manter contato com agentes penitenciários, vítimas do esquema e testemunhas.

Investigação

A investigação policial começou em maio de 2022. Um apenado denunciou ao Ministério Público a conduta dos agentes, com ligação a um preso considerado “chefe” de uma galeria do presídio.

Duas operações foram realizadas, uma em setembro e outra em novembro de 2022, com mandados de busca e apreensão na cadeia e nas residências dos investigados. Foram apreendidos diversos telefones celulares, um revólver, pendrives e comprovantes de depósitos bancários.

Além da entrada dos telefones, os agentes são suspeitos de oferecer tratamento diferenciado ao apenado, segundo a polícia, com informações privilegiadas sobre ações de segurança no presídio.

Até o momento, foram identificados pelo menos nove pessoas ligadas ao grupo investigado.

Por Redação, g1 RS

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