
Espírita, ele traduz em poemas muitas mensagens que auxiliam inúmeras pessoas, assim como, são os poemas os responsáveis por sua inspiração ao externar o grande amor que sente por suas raízes.
Casado e pai de três filhos, há anos, saiu de Alegrete, e atualmente reside em Canoas. Entretanto, sempre que é possível retorna para ver amigos, familiares e demais conhecidos, o que o oportuniza a saciar um pouco da saudade que sente da querência.

Em relação ao espiritismo, o alegretense cita: como sempre dizemos, buscamos o espiritismo normalmente pela dor, raramente pelo amor. Comigo aconteceu também pela dor. Quando jovem, sonhava com o desencarne dos meus entes queridos antes de acontecerem — sonhei com
o do meu pai e com os do meu avô e avó paternos. Alguns anos depois, busquei o espiritismo devido a grave moléstia de um amigo e não mais abandonei a doutrina.
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Com o tempo, fui aprendendo a me comunicar com Deus, com Jesus, com a minha amada mãe Maria de Nazaré e com meus mentores espirituais. Um dia, como se tivesse sido do nada, recebi de uma amada irmã espiritual um convite para postar preces em uma página espírita. E assim comecei a escrever.
A intuição vinha, eu escrevia. Foram tantas escritas que senti a necessidade de reuní-las neste livro. Não me considero o autor delas, devo todas aos mentores espirituais que me intuem a escrevê-las; estas pérolas de preces, que um capiau como eu, vindo dos rincões gaúchos, certamente não teria condições de verbalizar.” – assim, Mike Mike lançou Pérolas de Preces.

Em sua rede social, ele escreve inúmeras preces e também alguns poemas relacionados a Alegrete como este que postou em julho durante uma visita a sua terra natal:
Hoje estou no Alegrete
No meio da minha gente
Reminiscente lembrei
Do saudoso Vô Artur
Das histórias que contava
De revoluções e ginetes…
E num lampejo na mente
Brotou esta inspiração
Agradeço, Baita Chão!
Devaneio de peão.
Na penumbra do galpão
Esquentando a invernia
Crepita o fogo de chão
Numa chucra sinfonia.
No burburim da peonada
Minha cabeça embaralha
Reminiscentes batalhas
Cavalos, lanças, espadas.
Tempos entreverados
Sob o toque do clarim
Peões eram soldados
Vida findava assim.
Morte vinha num pontaço
De lança ou adaga afiada
De facão, num cimbronaço
Vida perdida por nada.
Bate o sino estridente
No ambiente do galpão
Alço o corpo num repente
Acordo, saio dessa ilusão.
Com o peito empantufado
Aperto bem as chilenas
Saio para fora fachudo
Arrastando as nazarenas.
E na forma a cavalhada
Bem na frente do galpão
Aguarda pela peonada
Assim é a sina de peão.
Ergo as vistas pro céu
Bombeio e só vejo luz
De Maria brilha o véu
Luz e o amor de Jesus.
ou
Reencontros e conversas…
Brotam na memória:
Relembranças!
Quantas histórias!
Dos tempos de criança!
Fui guri no Alegrete.
Das brincadeiras relembro,
Daquele tempo distante:
Quando chegava setembro,
Uma lata num barbante,
Umas baquetas de caibro:
– Era um tambor retumbante.
Uma roda abandonada,
Arame, ponta curvada,
Saíamos em disparada,
Infância equilibrada.
Ossos que viravam gado;
Uma lata, um caminhão;
Um papel de pão dobrado,
Transformado em avião.
Futebol campo barreado,
Pandorga firme na mão,
Rolimã desgovernado,
Pescaria num lagoão.
Um carretel de madeira,
Uma vela e um elástico,
Pense na brincadeira:
– Era um carro automático!
Bolitas, risco no chão,
Uma soga e um pião;
Lata de ninho, rolete:
– Fui guri no Alegrete!
O alegretense ressaltou que segue o Alegrete Tudo, conhece o quadro Saudade do Alegrete e salientou que a saudade traduz em poemas que dedica aos amigos, tributo que também dedica àqueles que foram importantes em sua vida, e em sua formação como pessoa.
Quem desejar conhecer mais sobre os poemas de Mike Mike pode acessar o perfil no Facebook – link