
Aos 23 anos, a alegretense Patrícia Pedrozo, filha do casal Alcina Pereira Pedrozo e Roberto Pedrozo, conta com orgulho que é dona do próprio negócio.
Também pudera, a guria iniciou aos 3 anos ter um contato direto com a música. Incentivada pela tia Cleuza Pedrozo, frequentava a igreja da Assembleia de Deus. O irmão integrava um grupo de músicos da igreja Católica. Em casa o tema era música. Foi então que aos 6 anos, recebeu um convite para dançar na invernada do Demétrio Ribeiro, no CTG Vaqueanos da Fronteira.
Se destacou e logo foi convidada a ser prenda mirim da entidade. Em 2008, com 11 anos, recebeu a faixa de prenda e mergulhou de cabeça no tradicionalismo.
Patricia perdeu as contas de quantos festivais já participou. Reculuta, California, Fenartinho, Juvenart, Ponche Verde, Canto em Rosário, são só alguns onde a alegretense marcou presença com sua voz, intérprete de mão cheia, a guria cresceu e o talento só aumentou.
Começou a compor melodias, iniciou com o pé direito. Numa parceria com Gederson Fernandes, venceu o festival e emplacou o hino do DTG, hoje Piquete dos Rodoviários. Em 2012, apresentou no festival Ponche Verde da Canção em Dom Pedrito, sua primeira canção autoral entre artistas renomados do RS. Não deu outra, trouxe o título.
Dali em diante a vida profissional se materializou. Mas o destino apresentou-lhe uma peça. A faculdade de tecnóloga em produção de grãos se encarregou de uma pausa na carreira musical. Aos 21 anos, já formada, a paixão falou mais alto. Patrícia sentiu a necessidade de ensinar a arte, e criou um espaço musical chamado Clave de Sul.
Em 2017, a alegretense conta que não se via fora do cenário musical. Vive 365 dias por ano no mundo da música. Ensina crianças, jovens, adultos e idosos, o dom da voz. Cantar, interpretar é sua arte, está no sangue da guria.
Já participou de festivais de acampamentos, nas barrancas de rios. Recentemente esteve em Julio de Castilhos a convite da cantora Shana Miller, na Fazenda de sua propriedade, a Val da Serra. Lá participou do Peitaço de Composição Regional, deu show. O engajamento fortaleceu o movimento feminista na música tradicionalista. Patrícia conseguiu subir ao palco cantando só com mulheres, desde então a participação feminina no Canto Farroupilha em Alegrete vem aumentando, graças ao seu incentivo. A melhor interprete no festival do Canto Farroupilha e com elogiáveis participações no FAC, subiu ao palco do Teatro Araújo Viana em Porto Alegre.
Recentemente, esteve no Grande Encontro da Música Gaúcha, só entre mulheres de destaque no RS, o empoderamento foi épico. Juntas ela entoaram uma letra da Califórnia da Canção que fala sobre a capacidade da mulher.
Patricia foi semifinalista como interprete solista vocal feminina. A única representante da região do Enart 2019.
Com uma voz que encanta, de timbre forte, ela se reveza entre ensinar, cantar, julgar festivais e participar de programas de TV. Afinal, é considerada uma das maiores interpretes da musica tradicionalista do RS.
Júlio Cesar Santos Fotos: acervo pessoal