Ao todo, cinco pessoas foram presas em operação que apreendeu 25 toneladas de carne

Apreensão foi a maior já registrada na cidade. Quantidade seria suficiente para servir 112 mil refeições

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Ao todo, cinco pessoas foram presas em flagrante em Santa Maria por comercializarem mais de 25 toneladas de carne impróprias para o consumo humano em dois mercados da cidade. Grande parte da carne – quase 25 toneladas – foram apreendidas no Supermercado Pozzobon, no bairro Boi Morto. O restante, cerca de 500 quilos, foi encontrado no Mercado Ferrari, em Camobi.

Esta é a maior apreensão de carne de Santa Maria e a maior do ano no Rio Grande do Sul. De acordo com a Polícia Civil, há carne que estava vencida desde 2011. Para se ter uma ideia, a quantidade de carne apreendida é suficiente para abastecer as três unidades do Restaurante Universitário da UFSM durante 16 dias. Diariamente, os RUs servem em torno de 7 mil refeições (os restaurantes consomem cerca de 1,5 mil quilos de carne/dia). Ou seja, 112 mil refeições, em média, poderiam ser feitas com os alimentos tirados de circulação.

Segundo a Vigilância Sanitária, parte do material do Supermercado Pozzobon não tinha procedência comprovada, ou seja, não havia rótulo de inspeção sanitária nem nota fiscal. Além disso, a maioria dos alimentos tinha a cor e o cheiro alterados. O local foi interditado pelo órgão.

Vanessa de Lima Coelho, de 33 anos, proprietária do mercado Ferrari, foi presa em flagrante na sexta-feira, mas não chegou a ser encaminhada para o presídio. Os advogados dela conseguiram relaxamento de prisão na Justiça, e ela foi solta. Foram presos também Volmar Antônio Pozzobon, de 63 anos, e Maria Helena Manfordini Pozzobon, de 61 anos, proprietários do supermercado Pozzobon. Além deles, o colaborador Paulo Roberto dos Santos, de 33 anos e Joanir Corneli, de 46 anos, médico veterinário também foram presos. Os homens foram encaminhados para a Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm), e Maria Helena para o Presídio Regional do município. Todos foram soltos até o fim da manhã deste sábado.

Das 25 toneladas, 21 serão transformadas em farinha, que servirá para a fabricação de ração para animais. O restante, cerca de 4 toneladas, será incinerado.

As investigações ficarão a cargo da 2ª Delegacia de Polícia, com o delegado Marcelo Arigony, no caso do Supermercado Pozzobon, e com a 4ª Delegacia de Polícia, com o delegado Antônio de Freitas Firmino, no caso do Mercado Ferrari.

A operação foi coordenada pelo Grupo de Combate ao Comércio Clandestino e Abigeato, e envolveu Polícia Civil, Brigada Militar, Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapa) e Vigilância em Saúde de Santa Maria.

O advogado dos suspeitos, Tiago Luciano Amaral de Souza, explica que eles foram soltos em liberdade provisória. De acordo com o advogado, os suspeitos:

Lamentam a incompreensão sobre os fatos, mas estão tranquilos e dispostos a prestarem todos esclarecimentos que se farão necessários.

De fato a mercadoria estava sem possibilidade alguma para o consumo, todas as carnes estavam condenadas em razão do perecimento. A situação iniciou quando dos temporais, que afetou o funcionamento das câmaras frias e foi agravada com a quebra do motor que proporciona o congelamento nas condições adequadas. Por determinação sanitária, o recolhimento deste material deve ser procedido por meio de empresa especializada no recolhimento de sobras/descarte. Assim, o mercado tem o dever de guardar a mercadoria imprestável até o recolhimento para destinação adequada.

Embora não concordemos com a interdição, sabemos da necessidade da regularidade do processo administrativo, oportunidade na qual tudo será esclarecido objetivamente“, disse o advogado em entrevista ao “Diário”.

Fonte: DIÁRIO DE SANTA MARIA