Após flexibilizar medidas de isolamento, Bagé decreta toque de recolher

A medida ocorreu depois que, na madrugada de segunda-feira (18), um tumulto generalizado foi registrado no Centro da cidade, com aglomerações e venda de bebidas. Um jovem acabou morrendo.

Jonatan Gomes, de 24 anos, foi atingido por tiros em um desentendimento com outro jovem. A Polícia Civil investiga o crime e até esta terça-feira (19), ninguém havia sido preso.

Após o episódio, a prefeitura decidiu impôr toque de recolher, proibindo a circulação de pessoas depois das 22h. Bares e restaurantes, que haviam sido liberados para receber o público até a meia-noite, terão que fechar às 22h. Festas com aglomeração serão enquadradas como crime.

Segundo o prefeito de Bagé, Divaldo Lara, a mudança se dá devido a “irresponsabilidade” de algumas pessoas. “Não entenderam que o Brasil, que o mundo inteiro, o Rio Grande do Sul, estão vivendo uma grande crise em saúde pública, nenhum lugar do mundo voltou ao normal, muito menos nós em Bagé voltaríamos”, afirmou.

A Polícia Civil e a Brigada Militar, junto com a fiscalização sanitária do município, vão atuar os flagrantes e a prisão de quem for flagrado realizando festas e aglomerações na cidade.

Bagé chegou a estar no ranking do Ministério da Saúde, entre as 10 cidades mais contaminadas do país, no início da pandemia, levando-se em conta o número de casos confirmados na comparação com o número de habitantes. Mas conseguiu reverter a situação devido às ações drásticas de restrições do convívio social.

Diante da redução no número de infectados, na semana passada, a prefeitura resolveu ampliar o horário de funcionamento de bares e restaurantes e suspendeu o toque de recolher.

Atualmente, a prefeitura notifica 35 casos confirmados da doença na cidade. Nenhum leito de hospital está ocupado por pacientes com suspeita da Covid-19. No boletim estadual, são 33 casos.

A população concorda com a retomada. “É importante por um tempo o prefeito, continuar agindo com o toque de recolher que isso vai prevenir muitas coisas”, diz o cabeleireiro Sávio Lima.

A faxineira Ana Cláudia Pinto concorda. “Acho que ele tá correto, porque a Covid-19 está aí, não é brincadeira, é uma coisa séria que tá matando, cada um tem que fazer a sua parte, fora a violência que tá acontecendo no final de semana”, afirma.

“Eu achei correto, porque as pessoas não sabem aproveitar quando elas têm a liberdade, e o vírus tá vigente, só porque não tem um caso iminente conotava antes as pessoas acham que não vão se contaminar”, avalia comerciária Jaqueline Vaz.

Fonte: G1