
Polícia apreendeu material, em Viamão, nesta segunda-feira (30). Ernesto da Silva Lopes diz que não fabricava fogos artesanais. Rodrigo Maroni (Podemos) encaminhou a demissão do servidor.
Após uma denúncia anônima, a 2ª Delegacia de Polícia de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, apreendeu fogos de artifício irregulares na casa de um assessor da Assembleia Legislativa do estado (AL-RS) na noite desta segunda-feira (30). Ele foi exonerado do cargo na manhã de terça (31).
Ernesto da Silva Lopes trabalha no gabinete do deputado Rodrigo Maroni (Podemos) e foi detido para prestar depoimentos e liberado em seguida.
Durante a ação, no bairro Planalto, policiais e bombeiros do 4º Pelotão encontraram diversos tipos de fogos. A Polícia Civil apura um possível crime ambiental por armazenamento irregular. Já o assessor do parlamentar diz que possuía o material há mais tempo e planejava utilizá-lo na virada do ano.
Ernesto Lopes gravou dois vídeos comentando seu trabalho como protetor animal e divulgou-os nas redes sociais. Ele se defende das acusações de maus tratos e diz que não fabricava fogos de artifício artesanais.
“A polícia veio e não constatou nada. Se fabricasse, estaria preso. Foi um ataque para me atingir”, afirmou, a respeito da denúncia anônima, em uma das gravações disponibilizadas publicamente.
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Rodrigo Maroni (Podemos), reconhecido pela defesa à causa animal, em expediente da AL-RS em 10 de dezembro — Foto: André Lisbôa | Agência ALRS
O deputado Rodrigo Maroni diz que soube do caso pela imprensa na segunda à noite. Ao interpelar o assessor, ouviu como justificativa que tinha 15 caixas para uso próprio. Mesmo assim, decidiu exonerá-lo do cargo, em solicitação encaminhada na manhã desta terça-feira ao departamento de gestão de pessoas da AL-RS.
“É algo ignorante e lamentável. Em qualquer mandato seria considerado normal, mas não no meu. Tudo que vá atacar animais, professores e brigadianos, jamais aceitarei”, justificou.
Maroni explica que, em seu gabinete, os assessores são vinculados à causa animal, uma de suas principais bandeiras políticas. Segundo o próprio deputado, ele já ajudou 50 mil animais de rua e apresentou 330 projetos na Câmara de Vereadores e na Assembleia Legislativa contra fogos de artifício, violência contra animais, carroças e rodeios, entre outras causas.
“O gabinete é majoritariamente de protetores. Ele é protetor em Viamão. É um cara evangélico, jamais esperaria. Infelizmente teve essa atitude”, diz Maroni. “Ele justificou que estouraria. Para mim, é inegociável. Poderia ser até da minha família”, sustentou, justificando a decisão pelo desligamento.
Apesar disso, Ernesto comentou à reportagem que não culpa o deputado e diz que irá seguir atuando em favor da causa animal.
“Não vou deixar de ajudar as pessoas e os animais que precisam, mesmo que tudo se feche para mim. Minha vida está nas mãos de Deus, que nunca me abandonou.”
Fonte:G1