
Cristian Dal Belo, jogador de futebol de Passo Fundo que mora na Ucrânia, se prepara para tentar mais uma vez deixar o país, que desde semana passada é atacado pela Rússia. Ele deve embarcar na tarde desta segunda-feira (28) em um trem para Polônia, como conta Ana Paula Fagundes, sua irmã. A família recebe notícias por mensagem.
“Hoje [segunda] às 13h30 da tarde eles vão tentar pegar um trem pra atravessar pra Polônia. A gente só está nas orações aqui”, diz a irmã.
O atleta chegou a tentar atravessar a fronteira da Polônia, no sábado (26), junto com outros jogadores. Caminhou por cerca de 6 horas desde Lviv, mas ao chegar na fronteira, foi impedido e ameaçado por agentes de segurança. Os jogadores conseguiram carona para voltar, e se abrigaram em um hotel de Lviv.
“Foram tratados como lixo. Os militares ameaçaram de bater neles, porque eles queriam atravessar e não conseguiram”, conta a irmã. Cristian relatou o ocorrido em um vídeo. “A fronteira da Ucrânia com a Polônia não é nada do que falaram”, diz.
Nas redes sociais, Cristian cobrou do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, por uma solução para ajudar os brasileiros a saírem do país. “Estamos aqui cinco brasileiros, com criança pequena, tentamos de todas as formas e ninguém nos ajuda a sair, o que você vai fazer conosco?”, postou ele.
No domingo (27), o Itamaraty informou que 80 brasileiros haviam deixaram a Ucrânia. Antes da guerra, a comunidade brasileira na Ucrânia era estimada em 500 pessoas.
‘Não tem respaldo nenhum’, diz jogador
Já o jogador de futsal Matheus Ramires aguarda no hotel para tentar embarcar no trem para deixar Kiev, capital de Ucrânia. O país é atacado desde a semana passada pela Rússia.
O atleta de Rio Grande, no Sul do estado, deixou o apartamento onde vive com um amigo para se abrigar em um bunker em um hotel. Outros brasileiros, abrigados no mesmo local, conseguiram deixar o hotel e ir rumo à estação de trem. Matheus conta que não foi avisado, e ficou no local.
Na madrugada desta segunda-feira (28), ele tentou mais uma vez deixar o hotel. “A gente estaria saindo agora, pra ir pegar o trem, caminhando 20 minutos, e aí começou a tocar uma sirene da cidade”, afirma ao g1.
Os brasileiros na Ucrânia receberam a recomendação da embaixada para tentar deixar o país do trem. Matheus questiona. “E aí, tu pega o trem pra onde? Como? Não tem respaldo nenhum”, afirma.
Fonte: G1