Brutalmente ferido, corpo de empresário é encontrado

Polícia Civil desvendou a história recheada de requintes de crueldade

empresario

Jonas das Neves desapareceu na noite de quarta (19). O carro do empresário, uma camionete S10, foi localizada na tarde de quinta (20), dentro do condomínio Marcelino Champagnat, no bairro Santa Rosa.

Mesmo com o desaparecimento, família e amigos tinham esperança de que Jonas aparecesse – tal qual o desfecho do caso do empresário Vinícius Rache, recentemente sequestrado. Porém, as expectativas de retorno frustraram-se por volta das 17h de sexta-feira (21), quando o corpo da vítima foi encontrado em um valeta às margens da estrada do Pesqueiro, no interior do Município.

Visivelmente, o corpo de Jonas foi mortalmente ferido por inúmeros golpes de facão no abdômen, pescoço, face, braços e pernas. Também foi alvejado com um pedaço de madeira que deve ter ocasionado, ainda, uma fratura em seu braço esquerdo. Segundo o delegado Rafael Patella, a polícia chegou ao local a partir do depoimento da mandante do crime, uma garota de programa, L.A.G, de 24 anos.

A partir das investigações, a 1ª DP e a Defrec chegaram na identificação e posterior prisão da mulher. Segundo relatos, a mulher disse que mantinha relações sexuais periódicas com a vitima, em troca de dinheiro, e relatou já conhecê-lo há cerca de quatro anos.

Os agentes identificaram e apreenderam um menor de 17 anos que também participou do crime. Segundo a investigação, o crime foi um latrocínio, pois os acusados mataram Jonas na intenção de roubar a camionete e seus pertences. Segundo o relato da acusada, Jonas tinha R$ 500 na carteira.

Local do crime foi outro

Foi averiguado que o crime não aconteceu onde o corpo foi encontrado. O homem teria ido até uma casa localizada em uma área invadida entre os bairros Castelo Branco e Cohab 4, para manter relações sexuais com a acusada, e, no local, foi surpreendido provavelmente por três homens. A polícia trabalha com a possibilidade de que mais outras duas pessoas estejam envolvidas.

O delegado Rafael Patella, titular da 1ª DP, ressaltou os requintes de crueldade com que o crime foi realizado, na casa periciada. Ao se deparar com a cena do crime, é possível imaginar as etapas cruéis do assassinato, assim como, a frieza de seus autores. As marcas de sangue que estavam em todo o local, o facão e o pedaço de madeira utilizados fizeram com que o crime fosse facilmente recriado na mente dos agentes da Civil, da perícia e também da equipe de reportagem do Jornal Agora, que acompanhou todo o desenrolar da ação, até à 1h deste sábado (22).

– É difícil um crime como este […] a vítima foi subjugada por seus algozes de uma maneira cruel, o barbarismo deste caso chama a atenção – disse o delegado.

Envolvimento em tentativa de homicídio anterior

A mulher teria envolvimento em um caso de tentativa de homicídio, investigado pela Defrec, há cerca de duas semanas. Neste caso, a vítima teria sido alvejada com golpes de facão e, apenas, teria sobrevivido porque os criminosos acreditaram que ele já estaria morto. Segundo a Defrec, que investigou este caso, o homem teria escutado a mulher mandar os comparsas “matá-lo bem devagarinho”.

Envolvidos seriam usuários de drogas

A mulher tinha um companheiro, que sabia de suas atividades noturnas, mas não se importaria com as mesmas e, segundoPatella, a partir de seu depoimento, a polícia acredita que o homem não teve nenhuma ligação com os crimes.

A acusada, o menor e os outros possíveis envolvidos seriam usuários de drogas e teriam efetuado os dois crimes durante o consumo. Segundo a polícia, a vítima que sobreviveu relatou que os efeitos da droga utilizada – cocaína – eram muito fortes e que os agressores agiam de forma alucinada.

Sobre o caso de Jonas, o delegado Patella confirmou a hipótese dos autores serem usuários de drogas. “Uma ação violenta como essa está relacionada ao uso de drogas. A motivação dos acusados era o roubo dos pertences da vítima para o consumo de drogas”.

48h incessantes de investigação

Apesar de estarem em greve – devido às contenções salariais abusivas que o Governo do Estado vem inflingindo à categoria – os agentes da Civil trabalharam arduamente nas últimas 48 horas. Em sua fala, Patella disse: “Nós conseguimos atingir, parcialmente, nossos objetivos principais, que eram: localizar a vítima e responsabilizar os autores, na noite de hoje [ontem]. Após 48h incessantes de busca, foi concluída a prisão de dois responsáveis”.

No fim da noite de ontem, foi encaminhada a prisão preventiva da mulher ao Judiciário – acusada de latrocínio e ocultação de cadáver. O menor foi encaminhado ao Ministério Público, para que sejam adotadas as medidas necessárias. Ressaltando que, o caso ainda não está solucionado, pois a polícia trabalha com a hipótese de envolvimento de mais duas outras pessoas.

Por Esther Louro
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