Câmara homenageia símbolo histórico da luta trabalhadora em Alegrete

A entidade nesta sexta-feira, 25 de abril, completou 100 anos desde a sua fundação. A comunidade compareceu no Plenário vereador Gaspar Cardoso Paines para prestigiar a data histórica.

A noite foi conduzida pela mesa composta pelo Presidente da Casa, vereador Cléo Severo Trindade, pela 1ª Secretária, vereadora Firmina Soares, pelo proponente vereador Gilmar Martins e, representando o Executivo, o Prefeito Jesse Trindade.

Participaram da solenidade autoridades e lideranças. Da Casa Legislativa, estavam presentes o Vice-Presidente da Mesa Diretora, vereador Paulo Berquó, vereador Pedro Paraíso e vereador Rudi Pinto.

Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp

O Presidente da Casa Legislativa, destacou que a noite celebra a história da entidade, que tem uma vida social em Alegrete. “É um importante lugar que preserva a memória da classe trabalhadora”, enfatizou o Presidente Cléo Trindade.

No vídeo de homenagem, vários depoimentos de personalidades ligadas à União Operária deixaram sua mensagem, entre elas a ex-presidente do União, Marli Leivas e o advogado Sivens Carvalho. Em um segundo vídeo, o historiador Márcio Sônego, autor do livro “Uma Introdução à história dos trabalhadores negros no Clube União Operária de Alegrete” evidenciou a relação e contribuição da comunidade negra desde a fundação da entidade.

A instituição homenageada foi representada pela Presidente Rosa Irene Madeira, que agradeceu e expressou sua honra em ser uma mulher presidindo a entidade. “A história do União Operária se confunde com a história dos trabalhadores. Estes 100 anos é celebrado por muitas mãos calejadas e corações corajosos. O União operária é um símbolo de luta”, afirmou a presidente.

Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp

Emocionado, o proponente, vereador Gilmar Martins, relembrou os nomes dos fundadores do União Operária e também citou que quando ocupou uma cadeira na Casa Legislativa, em 2000, propôs a homenagem aos 75 anos da entidade. “A União nasceu pluriétnica, reunindo várias classes de trabalhadores. Que saibamos manter a história viva, superando as dificuldades e desafios, e afirmando compromisso com uma nova obra social. Quem contar a história de Alegrete, tem que contar a história do União Operária”, finalizou o parlamentar.

Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp



Sobre o homenageado
A entidade, fundada em abril de 1925, a despeito das condições precárias de sua existência formal, nos dias de hoje, e dos impactos na conservação de sua sede, localizada à Rua Vinte de Setembro, 241, hoje abrigando a sede da UABA – União das Associações de Bairro de Alegrete, constitui verdadeiro patrimônio histórico imaterial, cultural e afetivo de nossa cidade, particularmente da comunidade negra. Uma entidade que ocupa um “lugar” na cidade, não só físico, mas um lugar nas memórias, imagens e narrativas de antigos sócios, frequentadores e comunidade em geral.

Com inequívoca definição classista, surgida na metade da terceira década do século passado, a União Operária, tal como se chamava originalmente, é produto das formas organizativas de trabalhadores e trabalhadoras que careciam de representação formal e de programas de assistência previdenciária ou social, derivando dessas carências, as iniciativas, desde o final do século XIX, para a formação de associações de mútua proteção (mutualismo) e sindical.

A União Operária, em Alegrete, contou com a participação de diversas categorias profissionais – ferreiros, alfaiates, carpinteiros, pedreiros, marceneiros, etc…– boa parte deles trabalhando de forma autônoma ou com frágeis vínculos trabalhistas, haja vista a inexistência de legislação própria, como resgata o professor e historiador Anderson Correa, em seu livro Movimento Operário em Alegrete. Nesta obra, se pode identificar a presença de imigrantes de ascendência italiana, espanhola e alemã nas primeiras diretorias da entidade, muitos deles nascidos aqui e com um dos progenitores brasileiros.

Simultaneamente, como bem anotou outro historiador de nossa cidade, Márcio Sônego, no livro “Uma Introdução à história dos trabalhadores negros no Clube União Operária de Alegrete”, publicado no ano de 2022, a União Operária também se notabilizou por incorporar, desde a sua fundação, parcela considerável de trabalhadores e trabalhadoras negras, que viram nela o espaço de participação e luta social mais próximo de sua identidade de classe e étnico-racial.

Dessa forma, a comunidade negra de Alegrete, definiu o Clube União Operária como seu lugar social, um local de livre exercício da cultura e identidade negra, sendo que, na União Operária, a população negra local se sentiu amparada, num espaço associativo e com estabelecimento de laços de solidariedade de classe entre seus membros, sócios, sócias e respectivas famílias.

Assessoria Câmara

Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigas
O mais novo Mais Votados
Comentários em linha
Exibir todos os comentários