Caso Priscila Leonardi: audiência final realizada; sentença condenatória é esperada para outubro

Após o término da oitiva das testemunhas de acusação arroladas pela Promotoria no mês de junho deste ano, o caso de Priscila Leonardi teve um novo desdobramento na última segunda-feira (12), em Alegrete.

Os quatro envolvidos no sequestro, extorsão e morte da enfermeira foram levados ao Fórum de Alegrete para a audiência final do caso.

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Segundo o Ministério Público, foram ouvidos o delator e os quatro réus, todos negando qualquer envolvimento no crime. Conforme apurado, o primo da vítima, Emerson Leonardi, foi identificado como o idealizador dos crimes, tendo planejado desde 2020 maneiras de se apropriar dos bens e valores que Priscila possuía. Para isso, ele entrou em contato com integrantes de uma facção criminosa para sequestrarem e extorquirem a vítima. Durante semanas, os envolvidos organizaram toda a logística da empreitada criminosa, recrutaram mais participantes e dividiram as tarefas. Priscila foi sequestrada no dia 19 de junho de 2023, e seu corpo foi encontrado nas margens do Rio Ibirapuitã no dia 6 de julho de 2023. A perícia concluiu que ela foi morta por espancamento e estrangulamento.

Ao final da última audiência, foi mantida a prisão preventiva dos réus. De comum acordo com as partes, em vista da complexidade e do volume da ação penal e dos processos relacionados, foi concedido um prazo de 10 (dez) dias para a juntada de documentos. Também foi assegurado um prazo sucessivo para os memoriais (alegações) finais, sendo que, inicialmente, o Ministério Público apresentará suas alegações, seguido pelo réu apontado como mandante do crime, e, por fim, pelos demais réus. A previsão é que o prazo de manifestação das partes se encerre no dia 11 de outubro, momento em que os autos deverão ser conclusos para sentença.

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Após três meses de apuração envolvendo a oitiva de testemunhas e a execução de dezenas de medidas cautelares, como quebras de sigilo bancário e fiscal, interceptações telefônicas, mandados de busca e apreensão de celulares e extração de dados telemáticos de mensagens, a Promotoria havia denunciado nove suspeitos por extorsão qualificada e majorada pelo sequestro com resultado morte, ocultação de cadáver e associação criminosa. O juiz da comarca entendeu que não havia provas suficientes em relação a cinco suspeitos e determinou o prosseguimento do processo contra quatro deles.

O objetivo principal do grupo era extorqui-la, mas algo deu errado durante o sequestro; não conseguiram sacar o dinheiro, e ela acabou morta. Até então, mesmo com as dezenas de medidas cautelares e diligências realizadas, não foi possível identificar se foi um acidente, se algo deu errado no plano, se a vítima tentou fugir e foi morta, ou até mesmo se algum dos sequestradores decidiu assassiná-la durante o sequestro. Mas sabíamos que o objetivo era extorquir e transferir o dinheiro das contas da enfermeira durante o sequestro. Por isso, eles respondem por extorsão com resultado morte. Contudo, não se sabia o que exatamente deu errado no plano de sequestro e qual dos envolvidos havia matado a enfermeira. Finalmente, ao ouvir todas as testemunhas de acusação da Promotoria, uma das testemunhas revelou que o indivíduo Alex Ribeiro, que ficou responsável pela vigilância da vítima no cativeiro durante o sequestro, tentou estuprá-la e depois a matou.”

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Imediatamente após a audiência em junho, o Ministério Público pediu a prisão preventiva de Alex Ribeiro, responsável pela morte da enfermeira. Alex era um dos quatro que não estava respondendo ao processo porque a denúncia não havia sido recebida em relação a ele.

A promotora criminal Rochelle Jelinsk destacou que não houve novidades na audiência, e agora é aguardar a sentença. Coube ao Juiz de Direito Rafael Echevarria Borba, titular da Vara Criminal da Comarca, estabelecer um prazo para as alegações finais do Ministério Público e também da defesa.

O crime de extorsão com sequestro e morte não vai a júri, portanto o próximo passo será a sentença proferida pelo Juiz aos quatro acusados. O último preso está respondendo a um processo em separado, pois, segundo o MP, ele teria feito a vigilância do cativeiro e matado a enfermeira. Este processo está em andamento na Justiça.

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