Conselho Tutelar atende mais de 18 mil casos em um ano

E relatos de extrema crueldade de pais e mães
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O ano de 2013 foi de muito trabalho para os 5 conselheiros de Alegrete. No ranking dos atendimentos, com mais de 1.200 casos está uma situação que demostra a fragilidade da estrutura familiar.Centenas de pais foram buscar apoio do Conselho Tutelar para tentar reverter um caminho que, invariavelmente, leva os filhos à marginalização, à iniciação às drogas, à prostituição e os mais variados desvios de conduta.
O mais degradante dos registros, 115 no total, envolvem maus tratos. Casos de gravidade em que foram abertos processos para responsabilizar, na maioria das vezes, os próprios pais. Há um caso em especial que comove pela crueldade. Uma mãe queimou com cigarro um bebê de 5 meses em 6 partes diferentes do corpo.
Abuso sexual em número de 36, outra ocorrência que choca, principalmente por que no maior número de casos, os autores estão dentro da própria casa da vítimas. Até algum tempo, os companheiros e padrastos, apareciam como responsáveis, mas atualmente, pais biológicos estão entre os autores dessa brutal agressão contra os filhos.
A gravidez na adolescência registra 101 casos. O número não é atípico em relação aos outros anos, o que diminuiu é a idade das meninas que engravidam: 12, 13 e 14 anos.
Os estupros em número de 20  estão dentro de um contexto relacionado à iniciação sexual precoce, porque qualquer relacionamento sexual com menores de 13 anos é enquadrado como estupro.
Outras milhares de ocorrências, envolvendo menores, fazem parte da rotina dos 5 conselheiros que necessitam encontrar tempo para atender a toda essa demanda. Conforme Daniela Domingues, presidente do Conselho Tutelar, o aumento significativo de casos nos últimos anos não corresponde ao número de conselheiros do município. O resultado de tudo isso é que, muitas vezes, é quase impossível o Conselho estar presente em vários lugares ao mesmo tempo e atender às necessidades desse seguimento da população tão fragilizada pelas mazelas sociais.
Foto: Conselheira Tutelar Daniela Domingues
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