
O segundo Distrito de Passo Novo, em Alegrete, é um local onde vivem muitas famílias que trabalham na atividade primária.
Temporais e ventos fortes normalmente afetam a localidade provocando falta de energia elétrica. E não foi diferente no final da tarde do dia 11.
Um morador do Passo Novo, devido à escuridão e por não poder ligar ventilador relata, de forma única, o que passou sem energia elétrica.E a noite sem sono fez com que o aposentado Adão Bitencourt, descrevesse, em forma de poesia, o que passou sem luz, na noite do dia 11 para 12 de janeiro.
Bruna, a alegretense que especializou-se em compreender os sentimentos e a alma feminina
A forma verdadeira e bem humorada do texto demonstra o que sofrem os moradores do interior de Alegrete.
Sem luz os mosquitos judiam
Meus amigos acreditem
Não dormia noite inteira
Pois me bateu a coceira
Nesse corpinho ajeitado
Os mosquitos desgraçados
Aproveitaram a escuridão
Pra judiar o nego Adão
Sugando meu sangue Sagrado.
Enquanto as fêmeas me picavam
os machos davam risada
Eu me dava bofetadas
Pra me livrar da zoeira
Me desculpem as brincadeiras
Mas é a pura verdade
A nossa comunidade
Sofre aqui em toda a fronteira
Troveja la na Argentina
E ficamos sem energia
Juro entender, eu queria
Mas ninguém sabe dizer
Pra mudar esta situação
E poucos sabem a razão
Do que possa acontecer
Refrão
Queria Deus que um dia eu possa
Adquirir um gerador
Pra amenizar o calor
E não dar sangue para os mosquitos
Meus rostinho tão bonito
E minha pele aveludada
Não seria maltratada
Por esse bixos malditos
Sem luz os mosquitos judiam
Adão Bitencourt tem 64 anos, vive com a família no Passo Novo desde criança e comentou que todo dia escreve poesia, é um hobby que lhe faz bem.
Vera Soares Pedroso