
Um tema de extrema importância nos dias atuais fez parte do último dia da 7ª Semaneca em Alegrete. O promotor de justiça, Gabriel Munhoz Capelani, falou sobre abandono digital sob a perspectiva de proteção integral, ou seja as crianças que ficam expostas a telas de celulares, TVs, vídeo games e outros por muito tempo.
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Com plenário lotado, e boa parte por estudantes da escola Demétrio Ribeiro, professores, Conselho Tutelar, assistentes sociais e vereadores, o Promotor Capelani falou o quanto essa exposição desmedida de crianças no meio digital é prejudicial e pode causar ansiedade, depressão, dentre outros problemas comportamentais.
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Deixar uma criança por horas em frente ao celular pode se configurar em abandono afetivo, porque atrás das telas tem uma exposição a um mundo desconhecido que pode levar malefícios aos menores, como exploração sexual, pedofilia, dentre outros, alertou Dr Gabriel Capelani.
O secretário de educação e cultura, Rodrigo Guterres representou o Executivo Municipal no evento.
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Ele disse que os pais, independente de quem esteja com o filho, são os responsáveis e poderão ser punidos em caso de problemas com crianças e adolescentes expostos à internet, sem controle. O promotor disse que é tão necessário que os pais estejam atentos, que já existe, inclusive, o Marco Civil da Internet e a Lei de Proteção e Dados, visto o perigo que a exposição pode causar nas crianças que não têm o discernimento necessário para filtrar informação.
Tempo de tela para crianças e adolescentes
A Sociedade de Pediatria Brasileira (SBP) preparou um Manual de Orientação sobre a saúde na era digital, destacando as hashtags: #MenosTelas e #MaisSaúde. Nesse material, os profissionais apontam os seguintes limites de tempo de tela para as crianças:
menores de 2 anos: evitar a exposição às telas, mesmo que passivamente;
entre 2 e 5 anos: no máximo uma hora por dia, sempre com supervisão de adultos;
entre 6 e 10 anos: no máximo de 1 a 2 horas por dia, sempre com supervisão de responsáveis;
entre 11 e 18 anos: limitar o tempo de telas (o que inclui os videogames) a 2-3 horas/dia, e nunca deixar “virar a noite” jogando.
Além disso, a SBP faz mais algumas recomendações:
Não usar telas durante as refeições;
Desconectar-se no período de 1 a 2 horas antes de dormir;
Não permitir que a criança ou adolescente se isole no quarto para usar a tecnologia, incentivando o uso em locais comuns, como a sala.
Como os pais podem regular esse tempo?
Muitas crianças e adolescentes possuem um grande interesse pelo conteúdo que encontram online. Os pais precisam reconhecer quais são os assuntos que mais atraem os filhos e buscar alternativas relacionadas às temáticas, mas fora das telas.
Para fazer uma boa regulação do tempo de uso, é importante:
dialogar com as crianças e adolescentes;
entender qual conteúdo é acessado online;
propor atividades atrativas longe dos aparelhos;
fazer combinados sobre o uso das telas com antecedência.
Assim, os limites de tempo não serão uma surpresa desagradável para os filhos, que já terão ciência do que é permitido pelos pais.
Por que é importante regular o uso das telas?
É essencial regular não apenas o tempo de uso das telas, mas também a forma como esse manuseio ocorre. Ao seguir as recomendações de médicos e especialistas, as famílias evitam questões, como:
o desenvolvimento de transtornos do sono;
problemas de saúde relacionados à postura;
estresse muscular;
dificuldade de concentração;
depressão;
ansiedade;
problemas de visão e/ou audição;
dependência;
entre outros.
A lista é grande porque, além dos efeitos físicos causados pela posição que o indivíduo fica em frente ao aparelho, as redes sociais podem trazer conteúdos nocivos às crianças, expondo padrões irreais de beleza ou de vida, por exemplo.
Então, é preciso que os responsáveis estejam atentos às páginas seguidas e vídeos assistidos, conferindo se os temas são compatíveis à faixa etária e maturidade do estudante. Em síntese, esse acompanhamento pode proporcionar boas conversas entre as gerações e garantir uma educação que fortaleça a autoestima, o autocontrole e as relações interpessoais, que se encontram longe da internet.






