
Em Alegrete, o Dr. Carlos Jorge Cardoso é uma dessas figuras dedicadas, que há 40 anos cuida da saúde cardíaca da comunidade. Mas, no último dia 7 de janeiro, foi ele quem precisou de cuidado — e a rapidez no atendimento fez toda a diferença. Ele passou do papel de médico para o de paciente ao enfrentar um infarto do miocárdio.
Enquanto se preparava para mais um dia de trabalho, Dr. Cardoso sofreu um infarto do miocárdio. Sem sintomas prévios, ele reconheceu os sinais súbitos e, de imediato, chamou sua esposa que fez contato telefônico com seu filho Dr. Gustavo Cardoso, cardiologista, e solicitou dois comprimidos de AAS. Em poucos minutos, já estava a caminho da Santa Casa de Alegrete, onde foi atendido pelo Dr. Dion Lenon e sua equipe. Após o primeiro atendimento, foi transferido para o ICCOR, em Santa Maria, para colocar mais um stent — procedimento que ele já havia realizado dois anos antes.
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O caso de Dr. Cardoso ressalta a importância da rapidez no atendimento em eventos cardíacos agudos. A frase “tempo é músculo cardíaco” ilustra bem essa urgência: quanto mais rápido o fluxo sanguíneo é restaurado, menor é o risco de complicações, sequelas e até morte. O uso de medicamentos como AAS, clopidogrel e trombolíticos, ou a realização de angioplastia com implante de stent, podem salvar vidas.
Durante o trajeto para Santa Maria, Dr. Cardoso sofreu um segundo infarto, reforçando a gravidade da situação. Mesmo assim, ele permaneceu consciente e colaborou com o próprio atendimento, demonstrando a importância do conhecimento e da agilidade. No total, o tempo entre o início dos sintomas e o início das medicações foi de aproximadamente 1 hora e 30 minutos — um fator decisivo para o desfecho positivo.
Após a recuperação, Dr. Cardoso compartilhou sua experiência e deixou um alerta: muitos pacientes ignoram sintomas que podem ser indicativos de infarto. Dor forte no peito irradiada para os braços, sudorese, náuseas e vômitos são sinais clássicos. No entanto, infartos podem se manifestar de forma atípica, especialmente em idosos, diabéticos, mulheres e alcoólatras. Nestes casos, o infarto pode causar apenas cansaço extremo, sudorese intensa, falta de ar, ou dor em áreas incomuns, como costas, mandíbula ou estômago.
A rapidez no diagnóstico, por meio do eletrocardiograma (ECG) e de exames laboratoriais ( Troponinas: que são proteínas do miocárdio), é crucial para o tratamento e redução de mortalidade. Dr. Carlos Cardoso, que viu a morte de perto, afirma que repensou a vida e valoriza ainda mais a família. “Pensei muito nos meus netos e na minha neta que está chegando. É um filme em segundos”, relata.
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Hoje, ele expressa profunda gratidão às equipes que o atenderam e reforça que a precocidade no atendimento é fundamental para salvar vidas. E, após encarar a fragilidade da existência, ele pretende aproveitar cada momento com a família.
Importância da atenção
“Não se pode perder tempo achando que é a dor é muscular ou “má digestão”, alerta. O diagnóstico precoce é essencial para um tratamento eficaz.
Com a experiência vivida, Dr. Carlos Cardoso reforça ainda mais a importância da prevenção e do rápido atendimento e agradece pelo atendimento excepcional que recebeu. Seu relato serve como um alerta para que todos fiquem atentos aos sinais do corpo e busquem ajuda médica ao menor indício de problemas cardíacos.