Enfermeira assaltada consegue evitar que o filho seja levado em Porto Alegre

Mulher de 32 anos chegou a entrar em luta corporal para conseguir tirar o bebê de cinco meses do carro, que foi roubado pelos criminosos

filho

— Meu bebê, meu bebê!

Ao ouvir esses gritos da rua, mesmo com a janela do terceiro andar fechada, uma empresária de 30 anos encerrou uma ligação e flagrou um assalto na tarde desta quinta-feira em Porto Alegre.

Com o celular em mãos, ela fez fotos do momento seguinte em que uma enfermeira conseguiu retirar o filho, de apenas cinco meses, do banco de trás do próprio carro, antes que ele fosse levado por dois assaltantes.

— Foi horrível. Eram gritos de um verdadeiro desespero. Estou angustiada até agora — contou a empresária, quatro horas depois do ocorrido.

O assalto ocorreu por volta das 13h30min em frente a uma escola de Educação Infantil no bairro Menino Deus. A vítima, de 32 anos, havia estacionado a EcoSport branca e iria pegar o filho no banco de trás, para deixá-lo na instituição, quando foi abordada pela dupla.

Conforme o registro feito na 2ª Delegacia de Polícia, os criminosos quiseram levar o carro, mesmo com os pedidos da mãe para pegar o filho. Com isso, ela gritou muito e entrou em luta corporal para conseguir retirá-lo.

A presença de um terceiro homem (que nas fotos está de camisa branca) no local do roubo vai ser investigada pela polícia. Ele teria se aproximado do carro, mas não deixou o local com os assaltantes.

Há, ainda, uma possível participação de um quarto suspeito. Segundo um designer, que também se dirigia à escola para deixar a filha, um homem, que se identificou como agente penitenciário, disparou alguns tiros em meio ao assalto.

— Ele estava no meu lado. Saiu de um carro azul e começou a atirar pra cima. Foi muito estranho. Podia pegar em qualquer um. Fiquei com a impressão de que ele queria despistar ou assustar todo mundo — conta a testemunha.

As fotos feitas pela empresária foram repassadas à Brigada Militar assim que a viatura chegou. As imagens ajudaram a identificar o carro, as placas e os suspeitos, orientando as buscas. Até as 22h30min, nem o carro nem os assaltantes haviam sido localizados. Não há confirmação se os criminosos portavam armas ou não.

— Não pensei duas vezes em fazer as fotos, ao ver que uma mãe estava em apuros — afirma a empresária.