Escola Lauro Dornelles integra-se à Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla

"Conectar e somar para construir a inclusão!" A construção humana, com valores centrados na efetivação de uma escola inclusiva, se dá a partir do diálogo e da disseminação de informações entre a comunidade escolar.

Nesse sentido, ao longo da semana passada, na Escola Estadual Dr. Lauro Dornelles, foram realizadas atividades voltadas à consolidação desses valores, como parte integrante da Semana Estadual da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla.

Leia mais: Babalorixá alegretense completa 28 anos de atividades em religião afro-brasileira

Durante o ano, são trabalhadas (como parte do currículo) as temáticas que abordam a diversidade de vidas presentes no espaço escolar, mas, na Semana das PCDs, as abordagens têm um enfoque diferenciado, onde são realizadas várias atividades nas quais os educandos podem vivenciar as realidades enfrentadas por pessoas com deficiências.

Assim, de 21 a 28 de agosto, estão sendo efetivadas, no maior estabelecimento de Ensino da zona leste, várias abordagens inclusivas, através de atividades como: futebol às cegas, vôlei sentado, “goalball” e “acerte o alvo”. Os educandos do Ensino Médio (Turno da Manhã) tiveram oportunidade de experienciar várias modalidades de jogos paralímpicos, engajados e participativos de uma gincana inclusiva, onde puderam conhecer e aguçar os demais sentidos do corpo, a partir da privação de sua visão. Os estudantes foram desafiados a participar dos jogos de futebol às cegas, “encontre o alvo” e “goalball”, com os olhos vendados, apenas guiando-se pelo sentido da audição; o objetivo foi jogar como as pessoas cegas. Já no vôlei sentado, foram desafiados a participar de uma partida, privados dos movimentos inferiores do corpo, devendo realizar todos os movimentos inerentes de uma partida de vôlei, tal qual pessoas com deficiências motoras.

Maria Waleska, a fundadora do Dança Alegre que tem Alegrete no seu DNA

Além dos jogos, foi realizada, também, uma manhã de conversa e trocas de informações sobre o capacitismo, que é presumir equivocadamente que pessoas com deficiência são incapazes de realizar atividades por terem corpos considerados fora do padrão social. É o preconceito e agressões às pessoas com deficiências, o que comumente vêm de pessoas não deficientes, fazendo uso de termos e frases capacitistas no cotidiano, como “retardado”. Usar esse termo para definir a si mesmo quando fizer algo de errado ou para ofender alguém reforça uma falsa ideia de superioridade. Existe um histórico de preconceito associado a esta palavra, já que ela era usada para se referir pejorativamente a pessoas com deficiência intelectual.

Houve, ainda, abordagem sobre o cordão Cordão de Girassol utilizado por pessoas com deficiências ocultas, que recentemente foi reconhecido legalmente como um objeto de identificação social para essas pessoas.

Os desgarrados do pago continuam desbravando novos horizontes

Na “Hora do Conto Inclusivo”, fez-se uma linda viagem pelo espaço escolar com a Maleta da Inclusão, onde foram realizadas visitas às turmas do Tempo Integral (1° ao 5° ano), para que os educandos conhecessem o personagem “Juquinha”, através da história “O menino que via com as mãos”. Para realizar essa abordagem, contou-se com a ajuda da aluna Eliana, que é uma pessoa com deficiência (cega), que está concluindo o ensino médio na Escola (Turno da Noite). “Foi um momento emocionante e cheio de significados, demonstrados através dos olhos brilhantes e perguntas curiosas, de pequeninos e pequeninas que, desde cedo, aprendem sobre equidade e respeito às diferenças”.

Luz para os Povos fez drive thru de orações em Alegrete

Nos anos finais (6° ao 9° ano, Turno da Tarde), realizou-se uma abordagem através de uma conversa descontraída sobre o capacitismo e respeito às diferenças. Além das trocas, foi apresentado o vídeo: “Somos diferentes de você?”. O vídeo mostra que, atrás de uma pessoa que não escuta e se comunica com as mãos, existe o contexto de histórias, identidades, cultura e lutas. E, também, um desafio: comunicar-se através das mãos, representando frases para que o outro compreendesse.

Nas Oficinas de Libras, que vêm sendo realizadas na Escola, os estudantes estão aprendendo sobre cumprimentos básicos, alfabetos, construção do nome próprio e musicalização e outras abordagens voltadas à comunicação com os surdos.

Mulher, agredida pelo ex-companheiro, necessita de cirurgia na Santa Casa

As professoras Juliana Belmonte Leal e Bruna Guedes, especialistas da Educação Especial, manifestam sua “satisfação e alegria com o engajamento de toda a comunidade escolar nessa semana tão significativa e importante para a visibilidade das PCDs, bem como as suas capacidades, potencialidades e conquistas.”

Juliana cita Maria Mantoan: “Precisamos sair da escola dos diferentes, e promover a escola das diferenças. O respeito às diferenças promove inclusão, a empatia promove acolhimento, os laços afetivos promovem construções.” A docente reforça que “a inclusão acontece todos os dias de forma tão natural, que os alunos são exclusivamente alunos, tendo os processos educativos de acordo com seus potenciais sendo respeitados e recebendo educação de qualidade, onde a educação ocupa seu espaço digno, acolhendo a todos e todas que estão neste espaço escolar.”

Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigas
O mais novo Mais Votados
Comentários em linha
Exibir todos os comentários