
Colação de grau da 100ª turma do curso, prevista para acontecer em agosto, foi antecipada. Formatura coloca 59 novos médicos no mercado para atuar no combate à Covid-19.
A 100ª turma de medicina da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) se formou na manhã desta quinta-feira (7) por videoconferência. Os novos profissionais pediram para antecipar a formatura, que ocorreria em agosto, para poderem atuar no enfrentamento ao coronavírus e colaram grau em suas casas.
São 59 novos médicos aptos a atuar em hospitais e unidades de saúde. Para o reitor Paulo Afonso Burmann, a medida favoreceu os alunos e a sociedade sem se descuidar das orientações das autoridades de saúde de evitar aglomerações.
“É mais um esforço que a UFSM empenha na direção do enfrentamento da Covid-19, atendendo à estratégia do isolamento”, diz Burmann.
Em abril, o Ministério da Educação emitiu uma portaria que permite que alunos de medicina, enfermagem, farmácia e fisioterapia possam se formar antecipadamente desde que pelo menos 75% da carga horária de cada curso esteja concluída.
Segundo a pró-reitora de Graduação, Martha Adaime, logo após a suspensão das atividades presenciais, em meados de março, os formandos procuraram a coordenação e solicitaram o adiantamento das atividades para concluir, em 45 dias, os créditos que faltavam.
“Nossos alunos estão antecipando a colação, mas totalmente integralizados. Ou seja, com 100% dos créditos cumpridos, o que é muito importante”, afirma.
A solenidade, conduzida a partir da Sala dos Conselhos, na reitoria da UFSM, contou com poucas pessoas, como o reitor, coordenadores, diretores, paraninfo, patrono, orador e juramentista. Todos a mais de 2 metros de distância entre si.
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Auditório recebeu poucas pessoas, afastadas por cerca de 2m, na UFSM — Foto: UFSM/Divulgação
Os formandos e professores homenageados participaram pela plataforma digital da universidade, e os convidados puderam assistir pelo link disponibilizado. A aluna Fahena Martins, oradora da turma, conta que ficou tranquila com a responsabilidade de falar diante de uma câmera em vez de uma plateia em um auditório lotado. Porém, lamenta não poder abraçar os colegas neste momento.
“A medicina lida com a dor e a alma humana, então a gente compartilha muitas emoções fortes durante o ano”, afirma. “A gente espera os aplausos, o beijo, o abraço, comemorar o diploma, ouvir a música favorita, e isso não teve. Mas acho que a mensagem que quis passar, consegui passar.”
Ela relata que os colegas buscaram a direção para adaptar a formatura porque observaram os problemas causados pela falta de profissionais em outros países no início da pandemia. A intenção deles, segundo Fahena, era dispor uma força de trabalho de jovens que podem suprir a ausência de profissionais mais velhos ou que eventualmente precisem se afastar de suas funções devido à doença.
“A gente é novo, temos inseguranças, incertezas, mas já viemos acompanhando a pandemia. Não caímos de maduro. Acredito em mim, nos meus colegas, e o que precisar ser feito, vamos fazer”, garante. “E vamos à luta!”
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Fahena e os colegas de UFSM não puderam repetir a foto devido à pandemia de coronavírus — Foto: Arquivo Pessoal
Fonte: G1