
Laboratório particular, em parceria com Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto, em São Paulo, analisou 50 amostras de pacientes positivos para a doença, dos quais 73% foram contaminados pela variante originada em Manaus.
Um estudo estima que a variante P.1 do coronavírus causou a maior parte dos casos da doença no Sul do Rio Grande do Sul entre os dias 5 e 15 de março, mês de agravamento da pandemia. Das 50 amostras de pacientes positivos analisadas, 73% foram causados pela variante originada em Manaus.
Estudos já publicados apontam que a P.1 é considerada mais transmissível e tem a capacidade de reinfectar quem já contraiu o vírus. Por alteraram o comportamento do vírus, variantes como a P.1 são consideradas de preocupação.
As amostras analisadas são de pacientes de Pelotas, Jaguarão, Arroio do Padre, São Lourenço do Sul e Rio Grande.
Além da P.1, foram identificadas 19% das amostras causadas pela variante P.2, do Rio de Janeiro, e 8% da B.1, a linhagem original da doença.
O levantamento é uma parceria entre o laboratório Antonello, em Pelotas, na Região Sul, o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. A ação integra uma iniciativa que analisa as sequências genômicas do coronavírus em todas as regiões brasileiras, para mapear a presença das variantes.
Uma nova leva de 50 amostras na Região Sul foi coletada em abril, e está em análise, para avaliar a progressão das variantes entre um mês e outro na região. As amostras sequenciadas são publicadas em bases de dados internacionais, para servirem de referência no avanço das pesquisas sobre o coronavírus.

Segundo o diretor do Laboratório Antonello na Região Sul, Rodrigo Proto-Siquera, os dados levantados na pesquisa serão apresentados para a Secretaria Municipal de Saúde de Pelotas.
A prevalência da P.1 entre os contaminados por coronavírus no estado já havia sido registrada no boletim genômico do RS, publicado pela Vigilância em Saúde em 16 de abril. Segundo o documento, pouco mais de 69% dos casos analisados foram causados pela variante do Amazonas. Vinte e duas cepas do Sars-Cov-2 já foram identificadas no estado.
Também em abril, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) confirmou a detecção da variante britânica, a B.1.1.7, em Pelotas.
O estudo regional apresenta o retrato local da presença das variantes na região, como comenta Rodrigo. “A gente já sabe que ela é predominante, mas [o estudo da Região Sul] é um retrato de uma região fora dos grandes centros, e mostra que propagação das variantes é muito rápida e não tem fronteira”.
O sequenciamento genômico também ajuda no desenvolvimento de novos testes, em que a equipe do laboratório tem trabalhado. “A gente tem interesse em desenvolver um teste pra o coronavírus que estime a linhagem”.
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Fonte: G1