
Cassiel Gass do Bomfim estava brincando com o irmão e o primo no pátio da casa da tia, quando saiu correndo e foi atropelado por um carro. Ele faria 5 anos no próximo domingo.
A morte de um menino de 4 anos, atropelado na ERS-124, em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, trouxe dor a uma família. A mãe, Débora Cardoso, de 23 anos, não consegue explicar o que aconteceu.
“Ele estava brincando no pátio com o irmão e o priminho dele. Daí ele saiu correndo, eu corri atrás dele e não deu tempo. Eu só ouvi um barulho”, conta.
Cassiel Gass do Bomfim foi atropelado na frente da casa da tia, que fica às margens da rodovia. A motorista contou à polícia que Cassiel apareceu repentinamente na frente do carro e que não conseguiu frear a tempo.
Ao ver o filho caído na estrada, Débora conta que logo o levou para o hospital.
“Corri até o carro levando pro hospital. Cheguei lá desesperada pedindo ajuda. Eles levaram ele para uma sala e eu fiquei na rua esperando. Depois de duas horas vieram me dar a notícia de que ele tinha falecido”.
No boletim de ocorrência, a polícia informou que o local não possuía cercamento, mas Débora diz que a casa tinha proteção.
“Tem portão e estava fechado. Ele saiu correndo pelo portão”.
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Mãe conta que Cassiel estava sempre sorrindo — Foto: Arquivo pessoal
‘Nunca mais vou ver meu filho’
Débora se conforta lembrando da rotina e do jeito carinhoso do filho. “Ele acordava, ia no banheiro, pedia mama. Na hora de dormir dizia ‘eu te amo’, o sorriso. A gente lembra de tudo”, conta emocionada.
“É meu filho né, eu tô muito mal pelo que aconteceu, eu nunca mais vou ver meu filho. Quatro anos era o começo da vida. Ele estava sempre alegre, sorrindo, brincando, dando beijo, abraço”.
Apesar da tragédia, Débora diz que foi uma fatalidade.
“Não boto a culpa em ninguém, ninguém tem culpa do que aconteceu. O motorista não tinha culpa, do nada uma criança aparecer no meio da faixa, a faixa é lugar de carro estar. Eu estou com a consciência tranquila. Ele tava no pátio fechado. Não foi minha culpa”, diz.
Débora, o marido e o filho menor, de 2 anos, buscam se recuperar do que aconteceu.
“Quem sabe, acho que era o momento dele. Deus sabe de todas as coisas. Deus deu a vida a ele, eu só gerei. Eu vou ter que me conformar, com muita dor, com muita saudade, mas sei que um dia vai ser a minha hora também e eu vou encontrar ele lá sorrindo”.
Fonte: G1