
Retorno do grupo estava marcado para 16 de março, mas fronteiras e aeroporto da Jordânia, por onde eles entraram, foram fechados.
Um grupo de brasileiros de férias na Palestina aguarda pela repatriação ao Brasil, após o fechamento das fronteiras na Jordânia e em Israel, devido ao novo coronavírus.
Moradores de Uruguaiana, na Fronteira do RS, o casal Feras Fares Kanan, 42, Aida Saker Makhif, 40, junto com o filho Feras Fares Hasan Kanan, de 6 anos, e Samia Hassan Husei Kanaan, 20 anos, estão no território desde janeiro, onde foram passar férias, com retorno previso para 16 de março.
Eles haviam chegado pela Jordânia e atravessaram a fronteira do país com Israel, para chegar ao Estado da Palestina. Esse caminho, no entanto, foi fechado em 10 de março. O aeroporto da Jordânia parou de funcionar alguns dias depois, em 17 de março. O voo de retorno foi cancelado.
“Tentamos sair pelo Aeroporto de Israel porém os caminhos terrestres também foram fechados e o aeroporto”, relata Samia ao G1. Além disso, o pai e o menino, que têm nacionalidade palestina, não poderiam viajar por Israel.
Em contato com autoridades consulares do Orienta Médio e do Brasil, o grupo ainda não conseguiu nenhuma resposta sobre a possibilidade de uma repatriação.
“Estamos há mais de 20 dias além da nossa passagem. Entramos em contato com as embaixadas de Tel Aviv, Amã e o escritório de representação em Ramalá, mas todos nos dizem para aguardar. Preenchemos todos formulários disponibilizados no site do Itamaraty e nas respostas eletrônicas dos e-mails, já entrei em contato com o número emergencial para brasileiros no Oriente Médio. Nenhuma resposta”, afirma Samia.
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Cidade onde brasileiros estão também aderiu à quarentena devido à Covid-19 — Foto: Arquivo Pessoal
A previsão de reabertura das fronteiras da Jordânia é em cerca de dois meses. “Nem de perto temos como ficar aqui, nosso visto vence dia 29 desse mês. Precisamos voltar ao nosso país, temos família que também precisam da gente e compromisso”, afirma Samia. Ela é estudante e o casal trabalha como comerciante.
Os brasileiros estão alojados em casas de familiares, na cidade de Ramallah- Beit Rema, também em quarentena devido à Covid-19. Somente mercados e farmácias podem funcionar, e até determinado horário, explica a estudante.
“A gente não veio preparado financeiramente pra esperar todo esse tempo também. Estamos na boa vontade dos outros e tal”, afirma.
“A gente tá mais angustiado que não recebe respostas. A gente tá vendo que as coisas no Brasil tendem a piorar, então queremos voltar logo”, continua Samia.
O G1 entrou em contato com o Itamaraty sobre a situação dos brasileiros na Palestina, mas até a publicação dessa matéria, não havia tido retorno.
Fonte: G1