Fogo debelado no interior deixa ensinamentos e lindos gestos de solidariedade

A situação está sob controle, mas houve momentos de muita tensão. Os focos de incêndio no interior do Município, atingiram Capivari, Inhanduí, Jacaraí e Itapororó. O primeiro grande foco foi no dia 11 no Jacaraí, onde a linha de fogo ameaçou chegar na sede das estâncias e atingir casas. No total, estima-se mais de 1000ha destruídas pelas chamas.

Para este combate, além dos moradores e Bombeiros, aviões agrícolas foram acionados e, desta forma, atuaram com precisão no combate ao fogo de alguns pontos que iriam atingir casas, falou o empresário Marco Antônio Camargo.

Incêndio no Jacaraí
Incêndio no Jacaraí

De acordo com proprietário da Itagro Aviação Agrícola, foram dois dias de trabalho com três aeronaves, duas de pequeno porte da arenhart e uma turbo hélice. No total, foram mais de 3h de voos com 25 lançamentos e 37.500 LT de água.

Camargo narrou que no primeiro dia, a aeronave da ITAGRO, concentrou seu trabalho justamente na linha de fogo que iria atingir a sede de uma fazenda, pois o vento naquele momento levava a coluna para essa sede.

Na quarta-feira, da mesma forma os esforços foram concentrados no fogo que fatalmente iria atingir, pela força dos ventos, outra sede de fazenda.

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“O que ocorre, é que como a aeronave tem visão privilegiada, o piloto consegue visualizar para onde o fogo vai e atua nessa linha” explica.

Com o apoio da aeronave, as equipes de produtores e bombeiros que estavam em terra se deslocavam até esses locais para efetuar o rescaldo.

“Houve risco de sedes de fazenda serem queimadas. Mas isso não aconteceu em virtude da pronta atuação da aeronave em atacar esses focos. As aeronaves têm a facilidade de deslocamento e podem mudar o foco de atuação muito rapidamente” destacou.

Camargo diz que infelizmente os bombeiros, em muitas situações, ficam ilhados sem poder se deslocar por terra até os pontos críticos, pois nem sempre o terreno permite o acesso por via terrestre. O ideal seria a aeronave coordenar a ação dos bombeiros.

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Diante desta colocação, o empresário enviou o seguinte parecer ao PAT:

Vamos falar a real sobre o fogo


Alguns anos atrás, sugeri a um vereador muito bem votado aqui no Alegrete que encaminhasse um projeto para que o Executivo pudesse contingenciar recursos para enfrentarmos os problemas com fogo na cidade e até nos campos como temos vistos nos últimos dias. O fogo não espera reuniões para ver de onde sairão os recursos que precisamos para combatê-lo. Até hoje nada foi feito.

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O fogo em seu início é muito fácil controla-lo, as pessoas demoram em decidir acionar as aeronaves. De nossa parte não podemos decolar sem que alguém nos autorize, por isso as coisas precisam ser definidas previamente.


As aeronaves, principalmente as de maior porte em virtude de sua maior capacidade e velocidade, tem muita facilidade de chegar nos focos de fogo e mudar sua decisão de onde atacar e não tem obstáculo que nos impeça de chegar lá, caso necessário, muito rapidamente. Em termos de estrutura é apenas água e pistas seguras para operação dessas aeronaves de maior porte. É grande a nossa deficiência nesses quesitos. Como exemplo cito que mesmo no nosso aeroporto municipal não tem um ponto de captação de água, e é a pista mais próxima da parte oeste da cidade, se ocorrer um sinistro para aqueles lados, novamente teremos dificuldades operacionais. O ideal seria que as aeronaves coordenassem a ação dos bombeiros, em virtude da posição, visão e velocidade de deslocamento, sinceramente não sei se por legislação isso seria possível.


Para finalizar, sugiro aos políticos e gestores públicos que trabalhem na prevenção e ações para que ao acionar aeronaves tenhamos recursos e estrutura para rapidamente agirmos. Estamos sempre prontos, como sempre estivemos no fomento e proteção à agricultura e pecuária, base da economia do nosso município.

Marcos Antônio Camargo
Sócio-Diretor da ITAGRO Aviação

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