Fragilidades e possibilidades na segurança pública da cidade foram debatidas na Câmara

Na manhã de terça-feira (8), durante uma roda de conversa promovida pela Câmara de Vereadores de Alegrete, como parte da programação da Semana da Segurança Pública, autoridades locais e regionais se reuniram para debater, de forma franca e aprofundada, os principais desafios enfrentados no município e na região.

A Roda de Conversa sobre Diagnóstico da Segurança Pública em Alegrete, conduzida pelo mediador Jucelino Medeiros, diretor executivo da Rádio Nativa e Portal Alegrete Tudo, contou com a participação da delegada titular da 1ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), Fernanda Mendonça; da promotora criminal Rochele Jelinek; do prefeito Jesse Trindade; do vereador proponente da semana, Vagner Fan; além de representantes da segurança, do sistema prisional, da guarda municipal e do poder legislativo.

Um dos principais temas debatidos foi a possibilidade da implantação da guarda municipal armada em Alegrete. A discussão se intensificou com a exposição do caso de Uruguaiana pelo vereador licenciado e atual secretário municipal de Segurança e Trânsito, José Clemente. Ele detalhou como a guarda armada tem atuado naquele município, com destaque para a presença em escolas e a integração com os demais órgãos de segurança pública. Segundo ele, a experiência tem mostrado resultados positivos, especialmente na prevenção de delitos e na resposta rápida a situações de risco.

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O tema, ao ser trazido para o contexto local, gerou consenso entre os participantes quanto à importância da integração de forças. A ideia não seria substituir nenhuma estrutura existente, mas fortalecer o conjunto de ações. Representantes como o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, Uillian Rodolfo; o diretor do Presídio Estadual de Alegrete (PEAL), Paulo Bukowski; o delegado da DECRAB, Jair dos Anjos; o comandante da Brigada Militar, capitão Gilmar Lançanova; o diretor da Guarda Municipal, Rogério Lima manifestaram-se favoráveis à proposta.

Apesar do apoio, todos foram unânimes ao afirmar que a qualificação técnica, o treinamento rigoroso e a estrutura adequada são requisitos indispensáveis para a implementação da guarda armada. A promotora Rochele Jelinek destacou a necessidade de se manter hierarquia e disciplina, pilares que sustentam qualquer força de segurança. Já a delegada Fernanda Mendonça apontou que investimentos em pessoal, infraestrutura e tecnologia são essenciais para garantir agilidade, eficiência e melhores resultados.

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Outro dado alarmante apresentado no debate veio do diretor do PEAL, Paulo Bukowski, que chamou a atenção para a superlotação do sistema prisional local. Com capacidade para apenas 51 internos, o presídio atualmente abriga 110 presos — mais que o dobro de sua capacidade. Além disso, há outros 399 detentos de Alegrete distribuídos em presídios da região.

Segundo Bukowski, a comarca conta hoje com um total de 509 presos. Em comparação, Uruguaiana, município com cerca de 117 mil habitantes, possui cerca de 400 presos. Alegrete, com 72 mil habitantes, apresenta uma realidade mais crítica. O diretor enfatizou que a questão da segurança pública também passa pela política de ressocialização dos apenados. “A saída de presos do município sem preparo muitas vezes, acaba sendo uma escola para o crime”, afirmou.

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A criminalidade virtual também foi discutida de forma incisiva. A promotora Rochele Jelinek relatou o avanço das facções criminosas em Alegrete desde o ano de 2019, citando a existência de bairros dominados e casos em que famílias foram obrigadas a deixar suas casas devido à pressão dessas organizações.

Ela alertou ainda para o crescimento acelerado dos crimes cibernéticos, e defendeu a necessidade de uma maior conscientização da população sobre os riscos no ambiente digital. Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelo município, segundo ela, é a ausência de um núcleo de perícia técnica local, o que prejudica investigações e retarda a obtenção de provas.

A delegada Fernanda Mendonça reforçou a gravidade da situação, destacando que há, no mínimo, cinco registros diários de crimes virtuais na DPPA. “A quantidade de crimes virtuais é absurda”, lamentou.

Ao final do encontro, o vereador Cleo Trindade reforçou que a pauta da segurança pública é antiga no município e que há necessidade de avançar em resolutividade. Ele destacou que a união de esforços entre os diversos órgãos, entidades e poderes é essencial para enfrentar os desafios e implementar mudanças concretas. Também agradeceu a Jucelino Medeiros pela condução da roda de conversa.

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Já o vereador Vagner Fan, idealizador da Semana da Segurança Pública na Câmara de Vereadores, agradeceu a presença e a colaboração de todos os participantes. A programação da semana segue até a próxima quinta-feira, quando ocorrerá a sessão solene de encerramento, reunindo novamente autoridades e comunidade para reforçar o compromisso com a segurança de Alegrete.

Programação da tarde
A mesa que abriu a tarde de atividades foi conduzida pelo vereador Vagner Fan, pelo Secretário Uillian Rodolfo Lopes, vereador Pedro Paraíso e o Coordenador da Escola Cívico Militar Oswaldo Aranha, o Sgt Acosta.
O Sgt Sandro Maia apresentou o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) para os alunos do 5º ano das escolas Oswaldo Aranha e Marquês d’Alegrete. De forma divertida e descontraída, o instrutor explicou sobre o histórico do programa, seu objetivo e os projetos que fazem parte. Também falou sobre um tema muito presente nas escolas, o bullying.

No fim da palestra, as crianças se divertiram com o Léo, mascote do programa e o instrutor fez sorteio de brindes do projeto.

Com informações da Assessoria da Câmara

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