
O alegretense Giovani Freitas Ferreira é devoto de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Também pudera, no momento mais difícil de sua vida, foi a fé na santa que ele confessa ter conseguido sobreviver depois de contrair o vírus da Covid-19, ser entubado e ficar por 14 dias hospitalizado.

É como se a vida se resumisse antes e pós pandemia. Mas Freitas conta nesta entrevista um resumo de sua trajetória de vida. Ainda adolescente finalizou os estudos no Oswaldo Aranha. Morador até hoje do “Povo Novo”, carinhosamente apelidado o Bairro Macedo, ele relembra com nostalgia a vida no bairro.

Trabalhou por 15 anos nas Casas Pernambucanas, não serviu ao Exército Brasileiro, por excesso de contingente, destaca o entrevistado. A visita na redação antecede outra visita em sua residência, situada na entrada do bairro. Uma enorme bandeira do Internacional, hasteada, entrega uma das suas paixões.
Casado com a professora Nargis Liedke, ele tem três filhos de relacionamentos anteriores. Leonardo e Giovana, que residem em Caxias do Sul, e Gabriela, que reside em Alegrete. “Vou ser avô em breve”, entrega um sorridente Giovani.

Aos 62 anos, ele curte a aposentadoria. Relembra o contrato profissional com a Caal, onde trabalhou por 15 anos. Mas um dom que sempre teve foi o de falar, e não tardou muito para ele pegar o microfone e solidificar a carreira de locutor, radialista e apresentador. Lembra com gratidão do diretor da Rádio Nativa e Portal Alegrete Tudo Jucelino Medeiros, que ao lado de Luizinho Martinez, na época abriram as portas da Rádio Alegrete, para que ele pudesse aprender a radiodifusão. Na época, Giovani encarou um programa de rádio shop e informativo, e logo se tornou repórter de campo. Cita com carinho Alair Almeida e tantos outros com quem teve o privilégio de trabalhar.


Passou pela Minuano FM, onde retribui o carinho do casal Mabel e Daniel Silveira. Antes de entrar na emissora, estava desempregado; fez uma visita aos gestores da rádio e acabou contratado na hora.

Giovani ainda faz tratamento, as sequelas da Covid-19 teimam em aparecer, mas ele se emociona ao lembrar dos momentos. Faz questão de citar os nomes dos profissionais médicos: Dra. Simone Estivalet, Alexandre Alderete, Jhon Lenon e equipe do hospital Santa Casa.

“Uma enfermeira entrou no quarto e me viu rezando. Ela se aproximou e me disse – Amanhã tu terás uma surpresa embaixo do travesseiro. No dia seguinte coloquei a mão embaixo do meu travesseiro, estava lá uma mensagem e imagem da Nossa Senhora. Sabe, lia aquilo todos dias e isso me fortaleceu ainda mais”, comenta emocionado.
Atualmente, se divide entre a família, sua agência de publicidade e cerimoniais. Conta que, ainda na gestão do prefeito Rubens Pillar, onde foi servidor, fez um curso de protocolo na Famurs e, desde então, não parou mais de apresentar eventos.

“Tive que refazer alguns conceitos. Aprendi valorizar mais as coisas. Ser mais humanitário”, confessa, dotado de fé. Não é para menos que, logo na entrada de sua casa, mandou colocar uma gruta de Nossa Senhora.


Já com muito trabalho pela frente em dezembro, ele antecipa que deve ser a voz da cerimônia de abertura do Efipan. O aposentado não pensa em parar, já esteve no Beira-Rio em dois jogos do Campeonato Brasileiro e entre os cuidados médicos, ele faz o que mais gosta: ser um autêntico apresentador.




Fotos: PAT e acervo pessoal