Um golpe que já causou prejuízos consideráveis em algumas empresas, mostra o quanto o crime organizado pode atingir pontos comerciais de qualquer lugar do Brasil. Em alguns casos, a ação fraudulenta pode gerar perdas expressivas. Há casos em Alegrete que um único comerciante teve uma perda de 15,1 mil reais, numa simulação de reparos na maquineta de cartão de crédito e que também realizava recarga de crédito em celulares.
Na maioria das vezes o golpe ocorre assim. O comerciante possui em seu estabelecimento comercial o equipamento de recarga que com frequência desconfigura ou não consegue contato com a operadora de crédito. Ele liga para o suporte técnico e solicita reparos. Horas ou dias depois, uma pessoa, geralmente homem, entra em contato com a empresa e se identifica como o técnico indicado para solucionar o problema. Conhecedor de informações sobre o cliente, o falso funcionário inicia uma conversação com o atendente e realiza uma sequência de procedimentos.Em um dos casos registrados em Alegrete, o proprietário de uma empresa do setor de alimentação , atendeu o falsário que muito bem informado sobre a empresa, realizou uma longa simulação de reconfiguração. Chega um momento em que o golpista diz ser necessário proceder uma checagem para confirmar se a maquineta já está apta a receber recargas de todas as operadoras de telefonia. Solicita que sejam feitas recargas aleatórias para números de celulares de diversos códigos de área. Assegura sempre que, todas as recargas que estão sendo feitas, serão estornadas. Neste caso ocorrido na Cidade Alta, o homem que se passava por funcionário da operadora de crédito, foi mais astuto e conseguiu códigos mais específicos que permitiu que ele mesmo realizasse incontáveis recargas, num valor superior a 15 mil reais.
O comerciante foi até o banco onde movimenta sua conta e relatou o ocorrido para o gerente, que disse lamentar sua perda, mas que nada podia fazer. O dono da empresa lesada quis saber por quê ele tinha limite diário para saques e compras e, como os vigaristas ultrapassaram muitas vezes o limite e não houve nenhum dispositivo de segurança para evitar a fraude. Mesmo assim, o banco não se responsabilizou pela falha. A instituição bancária está sendo acionada judicialmente para ressarcir o prejuízo da empresa.
No Procon de Alegrete há relatos de dois postos combustíveis que caíram em golpe semelhante. Num,o valor em recargas foi de 6,5 mil reais. Sem contar outros que não fazem registro e outros ainda que nem se dão por conta, pois são valores menos expressivos.
Mas, uma coisa é certa. O vazamento de protocolos de solicitação de reparos e informações confidenciais das empresas, chegam até essas organizações criminosas, que assim, conseguem uma abordagem que inspira confiança nos comerciantes, pois relatam dados cadastrais que são corretos e atualizados.