Governo do RS adota medidas contra crise hídrica na agricultura

Construção de açudes e projetos de irrigação visam mitigar efeitos da seca prolongada.

O Rio Grande do Sul enfrenta um período crítico de seca, com impactos severos na agricultura e pecuária previstos até maio de 2025. A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) alerta para perdas significativas, embora ainda não seja possível quantificar o impacto econômico total.

O 8º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indica que a situação de aridez, especialmente em regiões da faixa oeste, pode persistir, com uma possível melhora apenas em maio. Até agora, 200 municípios foram afetados, com 197 declarando situação de emergência.

Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul, destacou a gravidade da situação. “Serão perdas muito grandes, muito significativas. Em dezenas de municípios, sequer haverá o que colher, pois a perda é total,” afirmou.

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A soja, principal cultura da região, é a mais prejudicada, seguida pela pecuária de corte e de leite. Um estudo da Farsul estima que as estiagens entre 2020 e o ano passado resultaram em um prejuízo de R$ 106,5 bilhões nas culturas de arroz, milho, soja e trigo, com uma média de R$ 21 bilhões ao ano.

Ireneu Orth, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS), projeta que mais de um terço da produção de soja será perdida. “Em geral, achamos que teremos de 35% a 40% de quebra,” declarou Orth.

Marcelo Schneider, coordenador do 8º Distrito de Meteorologia do Inmet, em Porto Alegre, explicou que a estiagem é exacerbada por temperaturas elevadas que aceleram a evaporação da água do solo.

O governo do estado tem implementado medidas para mitigar os efeitos da estiagem, incluindo a construção de açudes, instalação de cisternas, perfuração de poços e subvenção para projetos de irrigação.

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A Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) destacou a abertura de editais para projetos de irrigação, com benefícios de até 20% do valor do projeto, limitado a R$ 100 mil por beneficiário.

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