Deputados do PDT e PP discordam do reajuste do ICMS
O Executivo estadual não tem o apoio necessário da base aliada na Assembleia Legislativa para aprovar projetos que tratem do aumento das alíquotas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Apesar de ainda não terem posição fechada, os deputados do PDT e do PP — as duas maiores siglas da base depois do partido do governador José Ivo Sartori (PMDB) — discordam do aumento de impostos.
O líder do PDT no Parlamento, deputado Enio Bacci, assegura que o voto contrário não significará rompimento, mas é taxativo sobre a postura dos deputados. “Somos majoritariamente contrários. Se individualmente algum parlamentar entender a justificativa do Executivo, ok, mas 80% dos votos da bancada é contra.”
O líder da bancada do PDT, deputado Eduardo Loureiro, diz que ainda não há decisão, mas faz uma ressalva. “Por princípio, somos contra aumento de impostos. Se isso acontecer, teremos que fazer uma avaliação. O fato é que nas nossas bases partidárias há uma preocupação muito grande com tudo o que está acontecendo. Vamos ter que encontrar uma saída”, alertou nessa segunda.
O PP, que possui a terceira maior bancada da situação, também é contra o aumento das alíquotas. “Em novembro do ano passado, quando passamos a apoiar o governador José Ivo Sartori, levamos a ele as questões pontuais do nosso partido. E nossa contrariedade ao aumento de impostos é a de número um. Onerar empreendedores em momentos de crise só piora a situação”, projeta o líder do PP na Assembleia, deputado Sérgio Turra.
O PDT fez reunião ontem e tem novo encontro hoje para tratar de temas ligados ao governo. O PSB se reúne hoje para tratar da situação. O líder da bancada, deputado Elton Weber, classifica como “difícil” a discussão sobre o aumento de alíquotas. “Precisamos olhar muito bem os impactos e os reflexos, de forma a que não ocorra um resultado inverso. Já temos muita sonegação”, assinala.
Das 55 cadeiras do Legislativo gaúcho, o PDT tem oito, o PP sete e o PSB três. O PMDB tem outras oito, o PSDB quatro, o PSD um e o PPS um, totalizando 32 votos. A base ‘estendida’ abarca ainda PR, PRB e PV (cada um com um deputado).
Fonte: Correio do Povo