Gramado e Manoel Viana: extremos no ranking da gestão no RS

Nos extremos do ranking gaúcho de gestão fiscal estão dois municípios com vocações distintas. Em primeiro lugar, aparece Gramado, na Serra, com 34,1 mil habitantes e uma veia turística consolidada — e rentável. Em último entre os 490 avaliados, Manoel Viana, na Fronteira Oeste, com 7,3 mil moradores, vocação agropecuária e sérias dificuldades financeiras.

Historicamente, a administração da cidade serrana é bem avaliada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), que criou o Índice Firjan de Gestão Fiscal. A surpresa, dessa vez, foi a ascensão em escala nacional: Gramado saltou da 140º colocação para a terceira melhor do país.

Muito disso, segundo o prefeito Nestor Tissot (PP), se deve à capacidade de arrecadação da prefeitura, turbinada pelo turismo e por medidas para evitar a sonegação. O gestor também faz questão de manter técnicos de carreira no comando da Secretaria da Fazenda, para garantir eficácia.

— Não existe mágica. Fazemos um controle rigoroso de tudo e cumprimos as exigências do Tribunal de Contas. Às vezes, tomamos medidas que nem sempre as pessoas gostam, como cobrar impostos. Mas é para o bem da população, porque é bem investido — afirma Tissot, que está no segundo mandato.

Prefeitura de Manoel Viana adotou medidas para melhorar gestão

Em Manoel Viana, a prefeita Silvana Salbego (PP) trabalha para recolocar as finanças nos eixos. Lá, o índice de gestão fiscal caiu 28,3% de 2012 para 2013. Entre os motivos, estão duas notas zero em gastos com pessoal (por descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal) e em liquidez (por fechar as contas no vermelho).

— Em 2013, quando assumimos a prefeitura, herdamos muitos restos a pagar. Além disso, os repasses estaduais e federais diminuíram, a folha excedeu os limites e havia omissão de receita. Foi um ano péssimo — relata Silvana.

Desde então, conforme a secretária municipal da Fazenda, Maria Carolina Corrêa, um conjunto de ações foi adotado para reverter o problema — incluindo o corte de cargos de confiança e a redução do número de secretários. Maria acredita que, na próxima edição do levantamento, Manoel Viana estará em melhor posição.

_ A realidade já é totalmente diferente da de 2013 _ afirma a secretária

FONTE: DIÁRIO DE SANTA MARIA