
Assimilar uma perda, enfrentar a morte e as incertezas que vêm com ela, não é nada fácil.
O processo de luto apresenta diferenças quando a morte é algo que já se espera, como em casos de doença crônica grave, de quando se decorre de uma tragédia, como as que se abateram recentemente sobre o país. A possibilidade de se despedir da pessoa amada gera menos desconforto do que quando a partida é de uma hora para a outra.

O luto possui cinco fases: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. E nem todo mundo vive este período de forma linear. Alguns começam pela raiva, por exemplo. Cada uma passa à sua maneira. Caso a pessoa não consiga, por si só, atravessar este processo ou não tenha ninguém para escutá-la, o luto precisa ser compartilhado com alguém, e este compartilhamento se dá através da fala.
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A assistência aos familiares enlutados é essencial para a aceitação da perda do seu ente querido, e prevenção de danos á saúde emocional e física.
Por esse motivo, o Grupo Humanizar, realiza um trabalho social junto à empresa Funerária Paraíso. De acordo coma a idealizadora do Projeto Lilian Alvarenga eles estão empenhados na causa, o pós luto.

“Procuramos oferecer um espaço de acolhimento onde os enlutados possam compartilhar as dores diante das perdas por morte, sem medo, sem pudor ou julgamento e com oportunidade de ouvir e ser ouvido. Neste processo eles percebem que não estão sozinhos. Eles encontram um lugar onde conseguem apoio e participam de trocas de experiências, expressando seus sentimentos e tirando dúvidas sobre este processo em um todo (pós luto).
Além do acompanhamento psicológico, o nosso grupo trabalha com dinâmicas, vídeos motivacionais com o foco do emocional e espiritual, entretenimentos. Falar e ouvir, ajuda e muito no processo de aceitação” – destacou.
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Ela acrescenta que todo ser humano, está preparado para ganhos ou vitórias. Porém, todas as perdas no decorrer da vida, de alguma forma, contribuem muito para a construção e formação pessoal, emocional e espiritual.
“Por meio do respeito, amor e empatia, o Grupo Humanizar ampara quem conviverá com a ausência de quem se ama, facilitando o caminho para ressignificar a própria vida, apoio e orientação no momento da reestruturação do seu contexto e do resgate da autoestima, oferecendo suporte através da equipe e parcerias que se somarem”-explica.
O projeto ganhou ainda mais força depois de um ano marcado por perdas, principalmente, relacionadas à Covid-19. Por esse motivo, eles estão promovendo encontros com os familiares.
Entre os relatos, um deles foi enviado para o grupo pela esposa de uma vítima Covid. Carlos Menote Marques de Oliveira Filho perdeu a batalha para o vírus em 15 de maio deste ano. A esposa Adriane Silva Aurélio que participa dos encontros escreveu:
“Hoje, você já não está entre nós, viajou e foi brilhar no céu. Talvez, um dia vamos entender o motivo que te perdemos tão cedo. Acho que lá em cima estavam precisando daquele cara do sorriso sincero, aquela gargalhada debochada que sempre batalhou para não nos faltar nada.. o amigo dos amigos…
Dói muito, a saudade aperta cada vez mais, porém é preciso seguir em frente, mesmo com o coração em pedaços, mesmo que caminhar pareça difícil. Ficamos com as boas lembranças e as histórias para contar dos bons momentos que vivemos ao teu lado. Brilha aí em cima, meu amor. Me protege e guia meu caminho. Te amarei eternamente, meu caminhoneiro” – finalizou.
O diálogo, externar os sentimentos, compartilhar e receber amparo auxilia a todos que têm perdas independente da causa, seja pelo vírus ou não. Esse é o objetivo do projeto grupo humanizar.
Para todos que desejarem a acolhida pela perda do entes queridos, podem procurar o grupo na rua Simplício Jaques 1060 ou pelos telefones 34213614 / 996163669 falar com a Lilian.