Com o chapéu e o colete, marca registrada do artista nato, Gui Mendes, conta um pouco de tudo que viveu desde que começou carreira musical, aos 13 anos, até perder a visão e continuar ainda com mais garra, força e sensibilidade para a música
Com toda sua simpatia, descontraído e feliz, Gui Mendes, visitou o Portal Alegrete Tudo na tarde da última quinta-feira (18). O artista alegretense contou um pouco da sua história de vida, de seu exemplo de superação.
Guilherme Mendes, mais conhecido popularmente como “Gui Mendes” é hoje, sem dúvida, uma inspiração para todos, mas principalmente para a gurizada.
Gui começou cedo na música. Aos 13 anos já esbanjava o talento que herdou de seu pai, o músico e compositor tradicionalista, Nelson Mendes. Na época do colegial, formou sua primeira banda, Meia noite e um e, mais tarde, a banda Pentagrama. Gui é dono de uma voz que rende elogios de gente grande.
O problema de saúde
Em 2012, Gui revolveu seguir carreira solo, e quando estava trabalhando em seu primeiro CD, aconteceu o inesperado. De uma hora para outra, o artista se viu privado de um dos mais importantes sentidos, a sua visão. A diabetes e erros médicos agravaram o problema. Na ocasião, estavam tratando o problema como se fosse a vesícula, o que na verdade, segundo Gui, era glaucoma. Isso agravou a situação, pois ele perdeu a visão.
Gui ficou na mão de vários médicos, fez sete cirurgias e ficou internado em Porto Alegre. “Foi um período muito difícil”, relata Gui.
A superação
No entanto, o que para muitos seria motivo para desanimar, para desistir, foi motivo de superação. A falta de visão ocular abriu um intenso olhar da alma e aguçou ainda mais a sensibilidade do músico, compositor e produtor musical alegretense.
Enquanto os médicos diziam para ele descansar e reagir para não entrar numa depressão, Gui solicitou: – Tragam o meu violão! “E daí, em poucos dias eu estava sem soro, fazendo fisioterapia e compondo nos corredores do Hospital Dom Vicente Scherer, em Porto Alegre”, lembra entusiasmado.
A presença dos pais Nelson, da mãe Marlene, dos irmãos, Vinícius e Laurence, da namorada Juli e dos amigos, foram fundamentais para a recuperação do jovem artista e sua volta aos palcos.
Enquanto estava no hospital, naquele sufoco, eu e meu violão me trouxeram de volta à vida, declara Gui. As 12 músicas que mais tarde fariam parte do 1 º CD do cantor foram compostas todas no hospital.
PROJETO CULTURAL
Mas ele não parou por aí e idealizou junto a parceiros, como Vinicius Vilaverde, o projeto FoneMusic que vai às escolas em busca de novos talentos musicais e promove palestras contando sua história, além do trabalho de produção e gravação, realiza um trabalho social e voluntário.
Em suas palavras, Gui conta a sua história de vida, canta e, acima de tudo, descobre e garimpa talentos musicais entre as crianças e jovens estudantes das escolas de Alegrete.
“- Tenho uma ligação forte com meio estudantil, identifico-me. Desde que iniciamos com o projeto já vi e senti a riqueza de talentos para a música entre alunos de nossas escolas”, conta.
Gui diz que chegou para a palestra em uma escola estadual e viu 12 violões parados lá, com instrutor e tudo. “Depois de fazermos nosso trabalho, na outra semana, a diretora ligou agradecendo a nossa soma educacional, dizendo: já estão faltando violões para a garotada aprender”, relata.
Dia 18 de Outubro vai ser realizado o primeiro encontro da Fone Music no Clube Casino, quando os talentos da gurizada de Alegrete estarão no palco.
Confira, abaixo, o vídeo d0 Gui em visita ao Portal Alegrete Tudo.
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