Jardel admite recaída na droga e revela mágoa com Felipão

Ídolo do Grêmio na década de 90, ex-centroavante disse que faltou uma Copa no currículo

Jardel
Ídolo do Grêmio durante a década de 90 e uma lenda em Portugal, Jardel foi um camisa 9 que conquistou a admiração de muito dentro do futebol. Especialista em gols de cabeça, o ex-centroavante comentou sobre envolvimento com droga e admitiu uma recaída recente. Em entrevista, ele revelou mágoa com técnico Luiz Felipe Scolari por não ter jogado a Copa de 2002. 

Bem humorado apesar dos problemas pessoais, Jardel viaja pelo Brasil para promover a imagem do tricolor gaúcho. Fez curso de treinador em Porto Alegre, mas deve se aventurar na política. Com barriga avantajada, pesa 110 kg. Natural da capital cearense, mas residente de Porto Alegre (RS), ele deve ser candidato a deputado estadual no Rio Grande do Sul pelo PSD nas próximas eleições. O convite partiu do ex-goleiro Danrlei, atual deputado federal, ex-goleiro e parceiro no título da Libertadores de 1995 com o Grêmio de Felipão.

As drogas 


Jardel afirmou que a primeira vez que usou cocaína foi em 1998, na época em que brilhava no Porto, de Portugal. Ele explicou que amizades ruins e depressão o conduziram para droga. “Foi nas férias em Fortaleza em 1998, na época em que eu estava no Porto. Eu estava num churrasco”, disse. “A última vez que usei só faz uns dois ou três anos. Tive uma recaída no ano seguinte e, por isso, resolvi me tratar. É a primeira vez que falo isso. Estava parado e aconteceu por fraqueza”, acrescentou. 

Para passar no doping, Jardel tinha que ser sincero com o departamento médico do Porto. “Só usava nas férias. O médico e o fisioterapeuta do time sabiam, porque eu falava. Eu fazia exames todos os dias antes do treino, fiquei fechado um mês dentro da concentração para me recuperar”, relatou. 

Além das más companhias, Jardel disse que nunca teve apoio de pessoas próximas. O fim de um relacionamento colaborou para que a cocaína entrasse na vida do então centroavante. “Meu pai morreu de coração em 1997, no meu primeiro ano no Porto, e minha mãe tem problema com álcool até hoje, é alcoólatra. Imagina a luta que eu estou”, lamentou. 

Para evitar o uso de cocaína, Jardel frequenta igreja e vai ao psiquiatra uma vez por semana. “Tomo remédios, mas estou tentando me livrar deles”, garantiu. 

Seleção e a mágoa 


Questionado sobre a possibilidade de ser titular da Seleção na época em que jogava, Jardel acredita que tinha todas as condições, mas admitiu que a concorrência era forte. “Eu tinha capacidade para isso, mas na minha época era muito mais difícil, sempre tinha Ronaldo e Romário. Então eu viajava para sentar no banco”, recordou. 

Jardel não esconde que sempre teve o desejo de disputar uma Copa do Mundo, a única competição que faltou no currículo. “Não lamento, fico rindo. Fui artilheiro da Europa, do Mundo e não fui para uma Copa. Em qualquer outro país eu iria. O Felipão levou o Luizão (em 2002), e fiquei muito triste, apesar de entender. Mas que falta uma Copa no currículo, falta”, declarou.  

Cristiano Ronaldo como reserva   

Enquanto Jardel jogava como titular do Sporting, o clube tinha Cristiano Ronaldo na reserva, ainda novo, depois de surgir nas categorias de base. “Ele continua a mesma pessoa: vaidoso, se acha um pouquinho, mas temos de respeitar, porque todo mundo tem o seu jeito. Ele não foi meu cunhado por pouco. Namorou a minha irmã por um ano. Na época ele não tinha nada, o ídolo era eu. Ele entrava no segundo tempo”, comentou. 
 
Fonte: Correio do Povo