Jovem de 19 anos é vítima de assédio sexual em ônibus do transporte público de Alegrete

Na noite do dia 12, um relato que choca pela forma em que as mulheres ainda se sentem vulneráveis e indefesas diante de um ato truculento, criminoso e nojento.

A descrição de uma jovem de 19 anos foi realizada por ela ter presenciado dentro de um ônibus do transporte coletivo, na tarde de sábado um ato obsceno. Segundo ela, por um homem de aproximadamente 60 anos.

Lara Castro falou com a reportagem e autorizou a publicação para que, se outras mulheres não passarem pela mesma situação, tenham uma atitude diferente,  algo que ela não conseguiu diante do susto e do choque.

 

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A trabalhadora entrou no ônibus na Avenida Daltro Filho e desceu na Praça Getúlio Vargas. Neste trajeto, sentou-se nos últimos bancos, quando percebeu que o homem a olhava de forma diferente. Na sequência, movimentos diferentes, gemidos(baixos) e uma folha de papel em cima dos órgãos genitais. ” Não posso afirmar com toda certeza pois não fixei o olhar, mas ele estava com órgão pra fora”- além de todo o gesto que demonstrava que ele estava com a mão embaixo da folha- falou.

A jovem imediatamente saiu do lugar onde estava e sentou-se na frente. Ela acrescenta que a cobradora percebeu que algo tinha acontecido e ofereceu ajuda. “A funcionária da empresa foi maravilhosa, falou comigo, perguntou se eu estava precisando de alguma coisa. Quando eu comentei, ela disse que eu deveria ter falado na hora que o motorista iria parar o ônibus e chamar a polícia.  Mas eu estava em choque e não quis que ela fizesse isso, portanto, não teria como ajudar. Pois eu era a vítima.  Ela não percebeu o ato do homem, mas iria ficar mais atenta. A cobradora foi incrível,  naquele momento.  Mas eu fiquei muito mal e não tive reação, a não ser querer descer logo. Quando cheguei no trabalho, desabei e, novamente fui acolhida, desta vez por uma colega que teve empatia” – descreveu.

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Ainda durante a entrevista, a jovem ressaltou que, exatamente por ter se sentido insegura de tomar uma atitude e ser chamada de louca ou de não acreditarem, ela paralisou e não fez um escândalo com o ato nojento do homem. Mas desabafou para que,  se alguma outra mulher presenciar algo, não se cale, ela mesma já está muito mais segura e decidida da postura que irá tomar, caso isso torne a acontecer.

“Eu sei muito bem que a justiça com a mulher é, em alguns aspectos, falha. Quando a gente grita somos chamadas de “loucas”, quando denunciamos, muitas vezes fica por isso mesmo. Isso acaba privando nossa coragem de denunciar. Mas eu quis avisar, pra que todos que frequentarem o mesmo ônibus cuidem um senhor aparentando 60 anos que fica mais ao fundo” – concluiu.

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Saiba o que caracteriza um assedio sexual:

Assédio sexual é todo o comportamento indesejado de caráter sexual, sob forma verbal, não verbal ou física, com o objetivo ou o efeito de perturbar ou constranger a pessoa, afetar a sua dignidade, ou de lhe criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.