Jovem de família Alegretense está detida num centro de imigrantes ilegais nos Estados Unidos

Natália Koenig Neto, de 17 anos, foi retida na semana passada, quando tentava voltar para os Estados Unidos depois de passar o dia no México. A Família ficou 48 horas sem contato com a jovem, que foi levada para o centro, a mais de 2 mil km da fronteira. A jovem que está em um centro distante 2 mil Km de onde deveria estar, segundo familiares. Ela é filha de Marcelo Neto que é auditor da Receita Estadual e trabalhou em Alegrete nos anos de 2010 e 2011. Ele é casado com Luisa Koenig Neto. Natália estudou neste período na Colégio Raymundo Carvalho. Os familiares que residem em Alegrete entraram em contato com o PAT e disseram que estão todos apavorados. A adolescente estava na casa dos tios, que residem há mais de 20 anos no Texas.

Atualmente a família reside em Cachoeira do Sul. Eles estão fazendo o impossível para tenta trazer de volta para o Brasil a adolescente que foi levada há seis dias para um centro de imigrantes ilegais em Chicago, Illinois, nos Estados Unidos.”Nunca mais dormimos na nossa vida. Aquela noite fiquei com o telefone grudado na orelha e os dois olhos olhando para o teto”, diz o pai Marcelo Neto. – para uma entrevista ao G1.

“Eu nem sabia que eles iam para o México. Naquele dia a gente não conversou. Só foi aquela surpresa quando tocou o WhatsApp: ‘Emergência’. Pensei: ‘Que negócio louco isso aqui’. Estava meu irmão, minha filha e a minha cunhada lá, numa situação quase se despedindo. Eu vi a minha filha chorando. Foi um negócio meio louco, traumático. Eu achei que ia morrer. Sentei, a perna tremia. Minha esposa num pânico do meu lado. Foi bem horrível”, conta o pai.

Ao G1, Marcelo ainda disse que a filha passava férias desde o dia 23 de fevereiro e que, quando deu entrada nos Estados Unidos, recebeu visto de permanência de turista com validade de seis meses.

A família, que acompanhou tudo no Brasil através de uma chamada de vídeo pelo celular, afirmou que não recebeu nenhum documento do governo americano que explique a retenção.

“Não tinha nenhum documento, nenhuma razão, nem nada. Ela não podia chegar perto do aparelho [celular]. Meu irmão não podia mais chegar perto dela. Levaram ela para uma sala, colocaram ela para preencher alguns formulários, sem acompanhamento de um adulto, sem nada. O adulto que tinha ali era o agente. Isso foi tudo contado pelo meu irmão. Não tem nada oficial do governo norte-americano”.

Segundo o pai, no primeiro mês nos Estados Unidos, a jovem chegou a estudar. Natália fez aulas numa escola americana por cerca de quatro semanas.

“Fala-se que ela estudou com visto de turista. Só que eles nem sabiam se ela estudou ou não. Só se apertaram a menina lá dentro e ela disse que era estudante. E pronto, ‘foi esse o motivo de você estar aqui’, mas pode ser qualquer motivo. Até hoje ninguém disse no papel que ‘sua filha foi punida por isso’. Eu gostaria de saber também. Deve estar escrito no registro de algum lugar”.

Quase 48 horas depois de ter impedida de cruzar a fronteira, Natália pôde fazer contato com os pais no Rio Grande do Sul. No telefonema, eles descobriram que ela havia sido levada para o centro de imigrantes ilegais em Chicago, a mais de 2 mil km da fronteira com o México.

“O telefonema que veio, a partir do momento que a gente provou por e-mail que era pai dela, é uma coisa de cortar o coração. Deu para perceber que ela está bem de saúde. Tinha gente mediando o telefonema. Ela não se sentia à vontade, nem para me dizer tudo que ela queria dizer. Eu também cuidava o que falar.

A família fez contato com o Itamaraty e busca ajuda das autoridades brasileiras.

“O Itamaraty informou que o abrigo é bom e que era para eu ficar tranquilo. Por mim, eu trocaria de lugar com ela. Que punição é essa aí, que lugar é esse? Privação de liberdade não é bom para ninguém, faz mal para mente. Arrebenta a pessoa, os pais da pessoa, arrebenta os parentes. A minha filha é brasileira.”

G1 fez contato com o Itamaraty, em Brasília. O Ministério das Relações Exteriores informou que “acompanha o caso e presta assistência consular cabível”, mas não deu outros detalhes.

Com informações do G1