Justiça nega pedido de habeas corpus para Leandro Boldrini

A decisão foi tomada nesta terça-feira pelo desembargador Nereu José Giacomolli, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça

 
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul negou novo pedido de habeas corpus para Leandro Boldrini, pai do garoto Bernardo Boldrini, encontrado morto no dia 14 de abril no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco. No dia 6 de maio, um primeiro pedido já havia sido rejeitado pela Justiça. Leandro está preso temporariamente desde o dia 14 de abril, por suspeita de envolvimento na morte do filho.
O advogado Jader da Silveira Marques, que defende o acusado, alegou que por Leandro Boldrini ter sido preso temporariamente, não há requisitos legais para manter seu cliente detido. Marques também usou como argumento a declaração de Gracieli Ugulini, madrasta de Bernardo, na qual ela exclui a participação do pai do menino no caso.
A Justiça entende que é necessário manter Leandro Boldrini preso para garantir a ordem pública. De acordo com o desembargador Nereu José Giacomolli, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, não há como afastar a legalidade da prisão, tanto pela análise da presença de indícios suficientes de autoria do crime, quanto pela necessidade da custódia processual.
Suspeitas e alegações
Leandro Boldrini, pai de Bernardo
— Há relatos de que foi omisso nos cuidados com o filho e suspeitas de que, após saber do assassinato, teria ajudado a encobrir o fato. A polícia diz ter indícios de seu envolvimento no crime, mas ainda não os revelou publicamente.
— Depois de admitir que o médico poderia ser “um pai melhor”, a defesa adota a estratégia de mostrar que ele amava o filho e era ausente pelo excesso de trabalho. Também tenta afastar dele a mulher, Graciele Ugulini.
Graciele Ugulini, madrasta do menino
— Foi apontada pela amiga Edelvânia Wirganovicz como responsável por matar Bernardo com uma injeção letal. Elas teriam enterrado o corpo em Frederico Westphalen.
— À polícia, Graciele negou que tenha havido premeditação e sustentou que a morte foi acidental, por conta de uma superdose de remédios calmantes. Teria, então, pedido ajuda de Edelvânia para ocultar o corpo. A madrasta negou que Boldrini tenha participação no episódio.
Edelvânia Wirganovicz, amiga da madrasta
— Admitiu à polícia ter ajudado a matar e enterrar Bernardo em troca de dinheiro supostamente oferecido pela madrasta. Também observou que Graciele teria comentado que Boldrini não sabia da morte, mas “iria agradecer”.
— A defesa questiona a validade da confissão – por ter sido feita sem presença de advogado –, nega a premeditação e diz que ela apenas ajudou Graciele a enterrar o corpo.
 
Fonte: Diário de Santa Maria