A última noite de julho trará um acontecimento visto pela última vez em agosto de 2012: a Lua Azul. Ao contrário do que o nome sugere, nosso satélite não muda de cor, mas vai aparecer cheia pela segunda vez no mesmo mês. O fato ocorre por ter um ciclo lunar extra, resultado de um cálculo entre a duração do ano solar dividido pelo tempo destes ciclos.
A segunda lua cheia acontece por causa da diferença do mês terrestre, que dura 30,5 dias, e o tempo que a lua leva para girar em torno da terra, que resulta em 29.5 dias. É justamente essa diferença que provoca “sobra” de uma lua cheia e ainda a variação entre os dias e as quatro fases da lua.
Normalmente acontecem 12 luas cheias por ano. Uma curiosidade é que o único mês em que não é possível ver mais de uma lua cheia é fevereiro. Por ser mais curto que a duração de um ciclo lunar, mesmo em ano bissexto. Cada ocorrência desse fenômeno tem um intervalo de dois anos.
A expressão “Lua Azul” tem sido usada há pelo menos 400 anos, mas não como sendo a segunda Lua Cheia do mês. Este significado nasceu de um erro ocorrido em 1946 e se tornou popular nos últimos 20 anos.
Ao longo da história recente da humanidade, esse termo tem sido usado de diferentes formas. Olha só.
No século XVI dizer que a Lua era azul significava exprimir algum tipo de exagero. Dizia-se: “fulano é tão desligado que poderia falar que a Lua é azul!” Esse conceito levou a outra expressão que indicava uma probabilidade bem remota de algo acontecer. Por exemplo, no século XVIII, dizia-se: “eu pagarei minha dívida com você quando a Lua estiver azul!”
Apesar de parecer estranho, já houve algumas vezes em que a Lua se tornou azul de fato. Em 1883, quando o vulcão Krakatoa explodiu na Indonésia, a atmosfera ficou carregada por partículas de poeira e cinzas vulcânicas que fizeram o pôr do Sol ficar esverdeado e deixaram a Lua azul no mundo todo por quase dois anos!
Sempre que há uma grande quantidade de poeira na atmosfera esse efeito se repete. Foi assim em 1927 na Índia, quando depois de uma enorme seca, uma tempestade levantou toneladas de poeira na atmosfera; ou em 1951 quando um enorme incêndio florestal no Canadá lançou uma enorme quantidade de cinzas que deixaram a Lua com aspecto azulado.
Em tempos mais modernos a expressão Lua azul se tornou um sinônimo de coisa rara, mas também de tristeza. Várias músicas usam esta expressão para associar tristeza e solidão, basta checar algumas músicas de Elvis Presley.