
“(Risos). A equipe até ficou confusa quando nos fizeram o convite para ‘entrevistar a gaiteira’. De onde eu sou, a gente fala ‘sanfona’. Aqui, é ‘gaita’. No fim, estamos falando da mesma coisa: um instrumento que eu curto muito”, conta Thais Andrade, a “gaiteira” que surpreendeu os gaúchos.
Thais é de São Paulo e faz parte da equipe de Luísa Sonza há cerca de um ano. Ela é tecladista e acordeonista. Normalmente, ela toca a gaita durante a canção “Melhor sozinha” de Luísa. Mas, como haveria a apresentação no Rio Grande do Sul, a cantora chamou a equipe na quinta-feira (2), de última hora, e disse “que poderia rolar” a homenagem ao estado com o Canto Alegretense. E rolou.
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“Eu já conhecia a música porque eu sou fã de artistas gaúchos como Oswaldir e Carlos Magrão, Tchê Garotos e Gaúcho da Fronteira. Então, fizemos uma passagem [musical] e deu tudo certo. Estávamos prontas”, diz Thais.
Ela conta que o interesse e gosto pela gaita veio ainda em São Paulo, com artistas de músicas sertanejas, que usam o instrumento. Para chegar aos gaúchos, foi um pulo. Em uma passagem por Porto Alegre, já há alguns anos, visitou uma loja de CDs e comprou vários. Foi a porta de entrada para aprender canções de vários artistas. Entre elas, o Canto Alegretense.
O Canto Alegretense
Praticamente um hino do Rio Grande do Sul, o Canto Alegretense é uma canção que foi escrita por Nico e Bagre Fagundes em 1983 e tocada pela primeira vez durante a Tertúlia de Santa Maria.
“Não me perguntes onde fica o Alegrete, segue o rumo do teu próprio coração”, diz um trecho da música.
Em mais de 30 anos, o Canto Alegretense foi interpretado por grandes nomes da música nacional e internacional, como Alcione e Deep Purple.
Não me perguntes onde fica o alegrete
Segue o rumo do teu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e de violão
Pra quem chega de Rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã
Tem o Sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no rio Ibirapuitã
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduí
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduí
E na hora derradeira que eu mereça
Ver o Sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduí
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduí
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduí
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Thaís Andrade e Luísa Sonza durante show no Planeta Atlântida 2023 — Foto: Reprodução
Por João Pedro Lamas, g1 RS