Mãe de irmãos que perderam cavalos, em cavalgada da Chama, se diz impotente para consolar os filhos

Na última semana, uma grande tristeza, que ainda repercute muito, abalou a vida dos irmãos Alex Marini, de 23 anos, e Leonardo Marini, de 16 anos, naturais de Chuí.

Eles perderam seus cavalos em um incidente ocorrido em Rosário do Sul, enquanto retornavam de uma cavalgada para buscar a Chama Crioula, que este ano foi gerada em Alegrete. Os irmãos, apaixonados pela vida no campo e pela tradição gaúcha, estavam acompanhados de um grupo de cavalarianos quando seus animais foram intoxicados por mio-mio, uma substância que resultou na morte de cinco dos doze cavalos do grupo.

‘Véio’ faz parte da equipe da Ouvidoria e Departamento de Comunicação da Prefeitura

Alex e Leonardo herdaram a paixão pelos cavalos desde pequenos, iniciada pelo avô, Juca, que presenteou cada um com um animal. Alex, já veterano em cavalgadas, estava levando o irmão para sua segunda experiência no evento. A égua de Leonardo, chamada Dara, que está cega de um olho, não poderia participar, então Alex conseguiu a égua da namorada, Chenoa Rodrigues, para que o irmão pudesse estar na cavalgada. No entanto, o infortúnio interrompeu o que seria uma jornada de fortalecimento dos laços e das tradições familiares.

A mãe dos jovens, Fabiana Otto Marini, contatou o PAT e expressou sua dor e angústia ao estar a 500 km de distância e não poder confortar os filhos pessoalmente. Ela destacou a profunda tristeza que ambos sentem pela perda de seus cavalos, que eram mais do que simples animais; eram amigos e companheiros de grandes histórias.

Ouriço passeia por rua do bairro São João

Em homenagem aos cavalos perdidos, a poetisa Aldaci Martins dedicou versos emocionantes ao Grupo Cavalarianos Estribo, destacando o heroísmo e a nobreza dos animais que, para muitos, são parceiros inseparáveis na vida do campo. A perda desses animais foi sentida por todos, mas um gesto de solidariedade trouxe um pouco de esperança: um grupo de Santa Vitória anunciou que irá presentear os jovens com novos cavalos. Esse gesto permitirá que eles continuem a cultuar a tradição e a participar das cavalgadas, mantendo viva a chama da cultura gaúcha.

Homenagem da poetisa Aldaci Martins para o Grupo Cavalarianos Estribo, Pé no Estribo

Cinco heróis de guerra.
O gaúcho pé no estribo
Apeou do seu cavalo
Ficou a pé de repente
Bravo golpe pra aguentá-lo.
O capataz lá de cima
Deu a sentença mais forte:
O cavalo, herói de guerra,
Rendeu-se à batalha da morte.
Morre valente na luta
Na causa nobre e leal
Iluminados na chama
Clareando nosso ideal.
O cavalo, amigo e parceiro
Nos caminhos da existência
Na façanha mais gaúcha
Foi morrer em outra querência.
De freio e buçal vazio
Apêro, cherga e carona
Arreios sem ter cavalos
Cinchão, pelego e badana.
O fulgor da chama viva
Apagou-se de tristeza
Um grupo de cavalarianos
Chorou o coração com certeza.
O bate-cascos de volta
Silenciou, ficou pequeno
O relincho do cavalo
Sufocado por maligno veneno.
Alma e dorso varonil
Serão luzeiro que brilha
Estarão amadrinhando
O pavilhão farroupilha.

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